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8 DE MARÇO DE 2013

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com a inserção das anunciadas intenções de projetos no território em causa com impactos mais do que

previsíveis não só do ponto de vista ambiental mas até social.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Estamos a falar de uma área que tem uma riqueza paisagística e ambiental,

uma área de paisagem protegida que está a dois passos do local do projeto, uma área de uma riqueza natural

e até geológica raríssima no nosso País — temos uma arriba que é um fóssil, não é uma «coisa» feita de

fósseis. De facto, do ponto de vista do enquadramento ambiental e paisagístico dos bens naturais em

presença, temos uma preocupação muito grande relativamente aos impactos que um projeto destes poderá

trazer.

Acrescentaria, sem alarmismos mas com a necessária sensatez que se impõe nestes debates, que,

estando em causa um projeto, a realizar no estuário do Tejo, com a dimensão daquele que nos é apresentado

pelo Governo, é preciso não esquecer que, quando mexemos num sistema hidrográfico, quando influenciamos

a montante e a jusante o sistema e a bacia hidrográfica de um rio como o Tejo, podemos estar a criar

problema maiores do que imaginamos.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Estas matérias não são lineares do ponto de vista da análise e do estudo. A

complexidade e, inclusive, o grau de risco associado a este tipo de intervenções não se compadecem com

decisões tomadas de «caneta na mão» para fazer um favor ou para servir os interesses de uma multinacional

que chegue ao nosso País e diga que quer um terminal.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O que está em causa é demasiado grave para ser assumido com a ligeireza

de uma operação mediática convocando a imprensa e anunciando aos quatro ventos uma qualquer intenção

nestes termos.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, a questão que colocamos tem a ver, efetivamente, com uma estratégia de

desenvolvimento territorial e de sustentabilidade ambiental que é travada e inviabilizada com este tipo de

projetos e de negócios.

Por isso é preciso denunciar estas intenções que o Governo veio anunciar, bem como lutar ativamente

contra as mesmas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana

Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bruno Dias, queria, obviamente, saudá-lo pela

intervenção que fez, pois creio que trouxe ao Plenário um debate fundamental.

Há muito que em Portugal várias vozes à esquerda defendem que é necessária uma política de

investimento público que permita capacitar o País para os desafios futuros e que é preciso escolher um perfil

para a nossa economia. Portanto, defendem que é preciso fazer um conjunto de investimentos, de lógicas de

qualificação do País que permitam que exista crescimento, criação de emprego e decidir qual é o perfil da

economia.