8 DE MARÇO DE 2013
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… e dê continuidade ao que o Partido Socialista fez no Governo, relativizando estas matérias, fraturando e
criando a noção de que há doentes de 1.ª e doentes de 2.ª. Aqui, desta bancada, e da parte do Governo,
nunca ouvirá que estes doentes são doentes menores e não fazem parte das prioridades das políticas de
saúde.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Nós não descartamos estes doentes!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — E a lei dos compromissos?
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Enjeitamos um discurso demagógico, no sentido de tentar criar
divisões entre doentes com o diagnóstico a ou o diagnóstico b, porque as pessoas em situação de
vulnerabilidade, todas elas, merecem o nosso respeito e o nosso esforço. É com isto que contará da parte
desta bancada.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Responda! E a lei dos compromissos?!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — É verdade que aquilo que a Sr.ª Deputada pode, eventualmente,
considerar como um assunto de gestão corrente é o que, anteriormente, não foi feito, porque a forma como o
financiamento da rede de cuidados continuados foi efetuado criou expectativas irrealistas, promoveu a
demagogia, levou ao estrangulamento financeiro de várias instituições. E, por não haver contratos-programa,
por não haver financiamento, da parte do Ministério da Saúde, o que se conseguiu não foi a melhoria da rede,
mas, sim, o frustrar de muitas expectativas, o gorar de muitas possibilidades de apoio a doentes carenciados.
Pela nossa parte, enjeitamos essa prática, entendemos que, ao contrário do que os senhores fizeram, é de
saudar que haja agendamento e verbas do Ministério da Saúde para esta questão…
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Para dar continuidade ao que já estava em funcionamento!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … e rejeitamos as suas acusações.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — E as respostas?
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Quero dizer à Sr.ª Deputada Conceição Bessa Ruão que é
fundamental, e pugnaremos por isso, que esta rede não seja uma rede de 2.ª, para doentes menores, como,
pelos vistos, o Partido Socialista quis promover, ao lado do sistema de saúde e não integrada no sistema de
saúde. Estes cuidados têm de estar integrados no sistema de saúde e a sua qualidade deve ser monitorizada,
independentemente de quem sejam os prestadores. É nisto que apostamos, por exemplo, na comissão de
regulamentação da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, para que sejam criados os indicadores pelos quais
o Estado tem a obrigação de pugnar, para que estes doentes recebam cuidados de qualidade e não cuidados
de 2.ª, tantas vezes com rácios profissionais menos corretos, com práticas menos corretas.
Obviamente, para nós, é fundamental que a regulamentação da Rede Nacional de Cuidados Paliativos se
faça em tempo próprio e se garanta a qualidade destes cuidados. Não será necessário que chegue a nossa
vez ou a vez da nossa família para nos preocuparmos com o que acontece a estes cidadãos.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira fazer o favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.