I SÉRIE — NÚMERO 63
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percentuais, e o senhor diz que quer renegociar os juros!? Por que é que não renegociou no tempo em que o
Partido Socialista estava no Governo, em que o juro era 0,8 pontos percentuais acima do que é agora?
É, pois, fundamental ter responsabilidade.
Também não é verdade, sequer, que os senhores tenham rompido o compromisso que assinaram sobre o
salário mínimo por causa do Memorando de Entendimento.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Tenho comigo uma notícia onde se lê: «Sócrates deixa cair
acordo do salário mínimo». Esta notícia não é contemporânea da assinatura do Memorando de Entendimento,
esta notícia é do dia 1 de Dezembro de 2010! Ou seja, quem rompeu o acordo para o aumento do salário
mínimo foi o Partido Socialista, mais de três meses antes de a troica ter sido chamada pelos senhores a
Portugal, convém lembrá-lo!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Bem lembrado! Por acaso é verdade!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, o CDS está muito
incomodado — constato-o pela natureza da sua intervenção — com as manifestações na rua.
Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
Devo dizer que as manifestações na rua são uma expressão legítima, natural — neste momento, muito
consistente —, com alguma dramaticidade, do empobrecimento e da situação em que estão a viver os
portugueses.
Nunca desvalorizei as manifestações na rua, em qualquer momento da minha história pessoal ou política.
Nunca desvalorizei! Aliás, devo dizer que nasci na política em manifestações na rua.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mas o seu primeiro-ministro desvalorizou!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Deputado, lamento que a relação de diálogo não seja a relação
parlamentar, tenho de dialogar com o Sr. Presidente e com a Câmara…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tenho muito gosto!
Risos do CDS-PP.
O Sr. Alberto Martins (PS): — É recíproco, Sr. Presidente.
As manifestações na rua traduzem um grave descontentamento. E há descontentamento porquê? Porque
há 1 milhão de pessoas no desemprego, em que 40% são jovens. Vive-se uma situação de dramaticidade
porquê? Porque todos os dias há empresas na falência e aumenta o desemprego, porque todos os dias as
pessoas vivem maiores dificuldades e a pobreza aumenta — os índices de pobreza aumentam de forma
galopante. A população está preocupada porque a economia está a regredir de uma forma galopante e porque
os senhores falharam em tudo o que prometeram aos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado olha muito para o passado e eu agradecia-lhe que olhasse para o passado destes últimos
dois anos, porque esse passado é o nosso presente! Estes dois anos, em que os senhores estiveram à frente