8 DE MARÇO DE 2013
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Esta primeira pergunta leva a duas outras.
O Sr. Deputado falou do PEC 4, retomando um embuste que o Partido Socialista faz questão de levantar
de tempos a tempos, o de que o PEC 4, primeiro, evitaria o que veio a suceder depois em termos de medidas,
o que é completamente falso, desde logo porque o PEC 4 já tinha grande parte das medidas que, depois,
vieram a fazer parte do Memorando de Entendimento,…
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … e, segundo, não tinha medidas que evitassem a
degradação do cenário macroeconómico que levaria às demais medidas que vieram a constar do Memorando
de Entendimento. Portanto, a recuperação desse embuste não se justifica.
Faço também um apelo à memória: o Sr. Deputado não se lembra das manifestações que houve contra o
PEC 4? Acha que o descontentamento é só de agora? Não se lembra das manifestações e dos milhares de
pessoas que estiveram na rua contra o PEC 4, e retoma-o como se isso fosse solução?! Devo lembrar-lhe que
grande parte das pessoas que hoje está na rua também esteve na rua contra o mesmo PEC 4 que o senhor
pensa que era a solução!
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — O Sr. Deputado não terá ignorado, como nós também não
ignorámos, que o slogan principal dessa manifestação se dirigia à troica, e eu pergunto: quem é que trouxe a
troica para Portugal?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Se o slogan principal da manifestação era contra uma política
que tem, naturalmente, a participação da troica, pergunto: quem é que, afinal, trouxe a troica para Portugal?
Quem é responsável pela situação que vivemos neste momento?
Protestos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, peço que façam silêncio para que o orador possa
continuar no uso da palavra.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, não há problema. É perfeitamente possível
continuar.
Por outro lado, nesta lógica do Partido Socialista de tentar sempre fazer um bocadinho de cada coisa, o Sr.
Deputado Alberto Martins tenta apelar a alguma responsabilidade, dizendo que é possível conciliar disciplina
orçamental com crescimento. Nós concordamos, mas nunca tivemos oportunidade de ver o Partido Socialista
fazer isso em todos os anos que governou! Gostaríamos de ter tido essa oportunidade e gostaríamos também
que o Partido Socialista, uma vez que entende que a disciplina orçamental é conciliável com o crescimento,
nos dissesse como é que o faria. Isto porque todas as medidas que apresenta não permitem essa
consolidação.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira fazer o favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente, pedindo-lhe a mesma
condescendência de há pouco.
O Sr. Deputado deveria ter outro rigor em matérias que aponta.
Por exemplo, falou em renegociar os juros, mas devia ter presente que quando o Partido Socialista saiu do
Governo, porque teve de pedir ajuda externa e a seguir perdeu as eleições, o juro médio da dívida portuguesa
era de 4,3% Ora, neste momento, o juro média da dívida portuguesa é de 3,6%, ou seja, menos 0,8 pontos