I SÉRIE — NÚMERO 63
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Portanto, queremos reiterar que, para estes doentes, para esta realidade, o Estado tem de estar disponível
para integrar cuidados no Serviço Nacional de Saúde e não para marginalizar estas pessoas e as suas
famílias.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno
Dias.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Sr. Presidente, quero solicitar à Mesa que distribua à Câmara dois
documentos: um, é o que contém as declarações do Sr. Presidente da Unidade Local de Saúde do Nordeste,
que a Sr.ª Deputada se esqueceu de comentar na sua resposta e que convém que sejam do conhecimento
geral; outro, é o texto de um projeto de resolução, em que o Partido Socialista, muito antes de todas as outras
bancadas, recomendou que se efetivasse a rede de cuidados continuados e que, depois, mais tarde, o CDS
veio a acompanhar, porque esta é, há muito, uma prioridade.
Foi uma prioridade do Governo socialista, é uma prioridade desta bancada e não são as palavras da
Deputada Isabel Galriça Neto que o farão apagar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, o segundo documento deve estar no Diário da
Assembleia da República, não é verdade?
Sr. Deputado Bruno Dias, peço-lhe desculpa por este compasso de espera. Agora, sim, tem a palavra para
uma declaração política.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em mais uma operação
propagandística, o Governo anunciou, há dias, as suas intenções para o porto de Lisboa. Numa sessão
abrilhantada pelo Ministro Miguel Relvas, mais o Ministro da Economia e o Ministro da Defesa (mas,
curiosamente, sem a Ministra do Ambiente), foi apresentada a estratégia para o desenvolvimento do porto de
Lisboa. Perante as opções ali anunciadas, dá para dizer, como dissemos há dias, parafraseando o poeta: os
capitalistas sonham, o Governo executa e o desastre nasce! Agora, nasce também no porto de Lisboa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem dito, bem dito!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — O Governo vai ser confrontado sobre esta matéria. É muito importante que a
Comissão de Economia e Obras Públicas tenha aprovado, por unanimidade, o requerimento, apresentado pelo
Grupo Parlamentar do PCP, para que seja chamado o Ministro Álvaro Santos Pereira, no sentido de dar
explicações sobre este processo. Esta audição é fundamental, assim como é fundamental que sejam ouvidas
as autarquias locais, as organizações representativas dos trabalhadores do setor, as estruturas do tecido
económico, do aparelho produtivo e da proteção civil, os agentes do desenvolvimento e da defesa do
ambiente, o associativismo local.
Assim, e para além da audição que a Comissão parlamentar realizará com o Ministro da tutela, o PCP vai
promover uma audição parlamentar sobre esta temática, aberta à participação dessas estruturas e entidades,
no próximo dia 26 de março, aqui, na Assembleia da República. É que há muito para dizer, esclarecer e
denunciar sobre esta história.
Estamos, de facto, perante uma PPP (ou, mais propriamente, várias PPP), onde o anunciado «investimento
privado» só poderia ter lugar com a mobilização de avultados recursos públicos, quer ao nível de investimento
e esforço financeiro quer de território e áreas de domínio público de elevada sensibilidade, exigindo ao Estado