I SÉRIE — NÚMERO 64
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É neste entendimento que, atentos ao disposto na lei bem como, naturalmente, ao fundamento da medida,
recomenda ao Governo que promova a adoção pela ACT da efetiva publicitação das decisões condenatórias
em registo público disponibilizado na respetiva página eletrónica.
Paralelamente, porque sem dados não pode haver diagnóstico, nem soluções eficazes, solicita-se a
disponibilização na respetiva página eletrónica de informação estatística atualizada e de qualidade com
desagregação dos dados em função do género.
A par destas recomendações, reconheço abertamente o poder da linguagem, seja numa perspetiva social
seja numa perspetiva científica. Não é despiciendo mencionar a importante recomendação de substituição
progressiva da expressão «direitos do homem» por «direitos humanos», ratificando nesta sede não apenas
uma necessidade de uniformização como a evidente evolução de um conceito, que, na sua forma, denuncia
um passado importante mas de exclusão.
As palavras também são símbolos. E se não devemos menosprezar os símbolos, também devemos saber
situá-los na história.
Para terminar, apenas uma breve nota quanto aos projetos de lei do Partido Socialista e do Bloco de
Esquerda, mesmo reconhecendo diferenças, relativamente ao Regime Jurídico das Organizações-Não
Governamentais para a Igualdade de Género (ONGIG). Independentemente de reconhecer que, num ou
noutro ponto, há melhoramentos que podem fazer sentido, a questão da alteração da legislação não é
pacífica, como muitas das disposições também suscitam as maiores dúvidas, nomeadamente quando se faz
referência a isenções e benefícios fiscais, a produzir efeitos após a vigência do Programa de Assistência
Económica e Financeira. Esta medida cria expectativas quanto ao futuro e gera responsabilidades financeiras
para o Estado, com as quais o Estado não deve comprometer-se.
Julgava eu que esta era uma lição do passado que todos já tínhamos aprendido. Mas claramente não é o
caso, principalmente depois de termos ouvido o discurso do Partido Socialista.
Esta maioria não «chumba, chumba, chumba». Esta maioria exerce com responsabilidade os seus poderes
e o seu mandato.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Esperar-se-ia o mesmo por parte do maior partido da oposição.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Em suma, este é um dia com significado. E o CDS, num espírito construtivo e de responsabilidade,
associa-se e saúda, com as suas iniciativas, o Dia Internacional da Mulher.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, terminada a apreciação conjunta dos projetos de resolução n.os
263/XII (1.ª) (PCP), 628/XII (2.ª) (PCP), 629/XII (2.ª) (PCP), 632/XII (2.ª) (Os Verdes), 633/XII (2.ª) (BE),
635/XII (2.ª) (PSD e CDS-PP) e 637/XII (2.ª) (PSD e CDS-PP) e, na generalidade, dos projetos de lei n.os
369/XII (2.ª) (PS), 370/XII (2.ª) (BE) e 371/XII (2.ª) (BE), vamos entrar no período de votações.
Antes de mais, peço aos Srs. Deputados que se registem para procedermos à verificação do quórum.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista 213 presenças, às quais se somam 2 sinalizadas à Mesa, dos
Deputados Duarte Pacheco, do PSD, e Marcos Perestrelo, do PS, o que perfaz 215 Deputados presentes,
pelo que temos quórum de deliberação.
Começamos por votar o voto n.º 114/XII (2.ª) — De congratulação pelo Dia Internacional da Mulher (CDS-
PP, PSD, PS, BE, PCP e Os Verdes).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.