22 DE MARÇO DE 2013
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O maior flagelo social, resultante de um acumular de erros de governações anteriores, e que mais nos
preocupa, é, inquestionavelmente, o desemprego, que afeta os jovens, que, legitimamente, esperam uma
oportunidade de emprego para se realizarem pessoal e profissionalmente, condição básica para também
encararem com autonomia e esperança o seu futuro familiar, que afeta muitos trabalhadores qualificados e
indiferenciados, que viram as suas condições de vida comprometidas, que afeta muitas famílias, que nunca,
antes, tinham passado por provações tão duras.
E sem pretender aliviar o peso das nossas responsabilidades políticas, enquanto Governo, importa lembrar,
aqui e agora, que a subida do desemprego não começou com este Governo nem com a aplicação do
Memorando de Entendimento.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Já em 2008 e 2009, quando Portugal ainda não estava intervencionado
pelos credores internacionais e o Governo português de então tinha autonomia para implementar as suas
próprias políticas, o desemprego registava uma tendência de constante agravamento.
A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Sr.ª Presidente: Não nos podemos resignar e não nos resignamos
perante estas dificuldades.
É preciso devolver a esperança aos portugueses num futuro melhor, em que os sacrifícios do presente
tenham valido a pena. É importante que os portugueses, as novas gerações, amanhã, possam olhar para os
sacrifícios de hoje e concluir que foram sacrifícios virtuosos.
Acreditamos que o Governo está a fazer a sua parte, com dificuldades, naturalmente, mas está a fazer a
sua parte, está a fazer o seu caminho para ultrapassarmos o quanto antes esta crise nacional, que também
todos sabemos ser uma crise internacional e, especialmente, europeia. Fá-lo, cumprindo, obviamente, as
nossas obrigações internacionais e, ao mesmo tempo, lançando as sementes e criando novas condições para
que as empresas, a economia real possa arrancar para um novo ciclo de crescimento.
É preciso, Srs. Deputados, criar um clima positivo, um clima de entreajuda nacional e não um clima de
guerrilha e desgaste constante entre as forças políticas mais responsáveis, envolvendo este Parlamento,
envolvendo os parceiros sociais e a concertação social, envolvendo todas as energias nacionais, porque, num
quadro interno e europeu difícil, como aquele que, hoje, vivemos, é nossa convicção de que só juntos seremos
capazes de, mais depressa, voltar a ser um País livre e autónomo para decidir do nosso futuro coletivo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
As oposições não podem limitar-se a fazer o mero discurso da crítica, sem apresentar qualquer proposta
nova e séria para ajudar o País a sair desta crise.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Este debate está a demonstrar isso mesmo. As propostas do PCP são as
do costume e seria bom que todos os Srs. Deputados, independentemente do seu posicionamento político, se
interrogassem sobre qual seria o futuro do nosso País, se, porventura, vingassem as propostas que o PCP,
hoje, aqui nos traz e nos trouxe há 1 ano, há 10, há 20 e há 30 anos. Penso que nenhum de nós tem dúvidas
de que seria um regresso, quase diria, aos tempos da «pedra lascada».
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Tenha vergonha!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Quanto ao Partido Socialista, importa que não fique enredado em
complexos de esquerda ou de direita e que não se limite a assistir aos sacrifícios dos portugueses e a tentar
tirar dividendos eleitorais.