22 DE MARÇO DE 2013
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estrangeiro, diminui — e já diminuiu nos últimos anos, transitando para a dívida pública, sendo paga com o
trabalho dos contribuintes portugueses. Essas é que são as vossas reais preocupações, Sr. Deputado.
Se o Sr. Deputado sentisse na pele as preocupações e o sofrimento dos portugueses, como disse, quase
numa perspetiva de martirização da maioria… Deve fazê-lo, porque lhe custa muito o sofrimento dos
portugueses, ao mesmo tempo que afaga as costas e os privilégios dos poderosos…
Cada dia que passa com este pacto de agressão e com esta política de esbulho, de roubo e de ataque aos
direitos dos portugueses é um dia perdido para começar um rumo de recuperação económica que tanto diz
apregoar!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Por isso mesmo, Sr. Deputado, não há forma de estar bem com este pacto
de agressão e, simultaneamente, com o povo e a economia.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, faça favor de concluir.
O Sr. Miguel Tiago (PCP). — E a economia não é aquela das bolsas e dos indicativos da especulação
financeira, é aquela que, no dia-a-dia, empurra para o desemprego, para a miséria e para a pobreza milhares
e milhares de portugueses fruto da política de direita que o seu Governo vem prosseguindo!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado Arménio Santos informou a Mesa que responderá
conjuntamente aos dois pedidos de esclarecimento.
Tem, então, a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Artur Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Arménio Santos, agradeço a sua intervenção,
que me dá a oportunidade de focar, aqui, dois ou três pontos.
Realmente, como o Sr. Deputado muito bem disse, agora temos um Partido Socialista que é quase
bipolar,…
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Bipolar?!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Bipolaridade tem o CDS!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — … porque vem fazer um discurso que é como um passar de pano, já nem
digo sobre a realidade da governação do PS, mas sobre as responsabilidades que o PS tem na situação
presente, que vem detrás.
Quando aqui é dito que o PS alertou este Governo, há muito tempo, sobre o que se iria passar, sobre a
situação do País, e que hoje temos uma situação muito grave, para a qual alertaram em devido tempo,
pergunto-lhe: o Sr. Deputado Arménio Santos tem presente algum alerta da parte do Partido Socialista em que
tenham sido indicadas medidas em contraponto àquela que é a governação do atual Governo?
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Sr. Deputado Arménio Santos aprovou os Orçamentos do Estado do PS!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sabemos as dificuldades que os portugueses estão a atravessar e que o
Sr. Deputado também referiu. Mas é ou não verdade que este Governo tomou medidas na área social
tendentes a ajudar as famílias portuguesas a ultrapassar dificuldades?
Refiro-me, nomeadamente, ao Programa de Emergência Social e ao acesso ao subsídio de desemprego,
particularmente à extensão do acesso ao mesmo a pessoas que antes nunca a ele acederam, como os
trabalhadores independentes, os comerciantes e os pequenos empresários. É ou não verdade que essas
medidas foram tomadas?