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I SÉRIE — NÚMERO 69

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Sr. Deputado Arménio Santos, pergunto-lhe ainda o seguinte: todos aqueles cortes que o Partido Socialista

agora critica este Governo e esta maioria de estarem a fazer ou de irem fazer estavam ou não previstos no

PEC 4? O PEC 4 continha ou não mais de 4000 milhões de euros de cortes no tal Estado social de que o

Partido Socialista sempre fala?

Aceitamos críticas à governação, mas diga-me, Sr. Deputado, se tem presentes os índices de desemprego,

nomeadamente entre os jovens, quando o Partido Socialista esteve no Governo e quando o País entrou nesta

rampa deslizante e profundamente inclinada que levou a que fosse assinado o Memorando de Entendimento

pelo Partido Socialista. Por exemplo, o emprego jovem saltou ou não de menos de 20% (de 16% ou de 17%)

para quase 30%, mais precisamente para 27%, quando o Partido Socialista saiu da governação?

O Sr. Presidente (António Filipe): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.

Sr. Deputado, não era de esperar que o maior partido da oposição e da esquerda, como muito bem disse o

Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, para além de criticar, se diferenciasse relativamente a outros partidos

apresentando soluções construtivas e medidas efetivas e alternativas, que diz ter, contrárias a esta

governação?

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado Arménio Santos, tem a palavra, para responder.

O Sr. Arménio Santos (PSD): — Sr. Presidente, começo por agradecer as perguntas que me foram

colocadas quer pelo Sr. Deputado Miguel Tiago, quer pelo Sr. Deputado Artur Rêgo.

Sr. Deputado Miguel Tiago, a nossa preocupação é cumprir os compromissos que assumimos

internacionalmente. Temos de honrar os compromissos que assumimos e não pensamos, como os senhores,

que pedimos dinheiro emprestado e que agora nos podemos dar ao luxo de não pagar.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Ninguém defende isso?!

O Sr. Arménio Santos (PSD): — Pensamos que Portugal não pode deixar de honrar os seus

compromissos. Portanto, essa é uma das nossas preocupações e obrigações.

Mas, naturalmente, temos consciência que desse facto resulta um conjunto de políticas e de medidas que

nos impõem a austeridade que estamos a viver. Elas estão a ser sentidas em termos económicos e sociais, e

nós partilhamos os problemas e o sofrimento que essas mesmas medidas estão a causar, nomeadamente ao

nível do desemprego.

Se há quem fale no problema do desemprego como uma «bandeira» — e talvez isso até lhe dê demasiado

jeito para ganhar a simpatia de muitos cidadãos que estão em aflição —, para o Partido Social Democrata a

resolução do problema do desemprego é uma questão de princípio, porque, para nós, ter emprego é a melhor

forma de as pessoas se realizarem pessoal e profissionalmente.

Portanto, é uma questão de princípio.…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Por isso, despedem os funcionários públicos!

O Sr. Arménio Santos (PSD): — Não invocamos o desemprego como arma de arremesso para

instrumentalizar aqueles que estão em dificuldades.

Nós temos bem consciência dos sacrifícios e do sofrimento dessas pessoas. E se há alguém que deseja

sinceramente que os índices de desemprego desçam para níveis razoáveis, é o Partido Social Democrata, são

as bancadas da maioria! Que ninguém tenha ilusões ou dúvidas a esse respeito! E também não tenho dúvidas

de que o Sr. Deputado de boa-fé, no seu íntimo, reconhecerá que assim é.

Vozes do PSD: — Muito bem!