O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE MARÇO DE 2013

41

Vejamos o que o Governo tem para apresentar ao País, o que o Sr. Ministro do Emprego — ou do

desemprego — tem para apresentar ao País, o que os Deputados e as Deputadas da maioria têm para

apresentar àqueles que os elegeram: a maior taxa de desemprego alguma vez conhecida no Portugal

democrático, 19% de desemprego no final deste ano! É esta a fatura da vossa governação que estão a passar

ao País. E é estranho que, percebendo — como creio que os Deputados e as Deputadas da maioria percebem

bem — que este caminho não tem saída e que será sempre no sentido de afundar o País, continuem a insistir

que este Governo tem salvação. Isso é que é incompreensível.

Vejamos a quem é que serve este Governo, que soluções tem este Governo apresentado e a quem estão

as mesmas a servir. Não é, com certeza, aos desempregados, porque cada vez há mais desempregados,

cada vez há menos emprego; não é às famílias, que cada vez mais se veem endividadas e incapazes de sair

da situação para que este Governo as está a atirar; não é à economia, às pequenas e médias empresas, que

eram o grande amor do PSD, porque quanto a essas há falências aos milhares cada dia que passa; não é à

ideia de que haja saída pelo crescimento, porque o que este Governo fez foi trazer recessão e não qualquer

ideia de crescimento; não é aos idosos, que eram o amor do CDS e que agora são confrontados, diariamente,

com a decisão de ou comprar medicamentos ou comprar alimentos; não é aos estudantes, que se veem

arredados das universidades porque não conseguem pagar as propinas, que não param de aumentar.

Ora, se não é às pessoas, se não é às famílias, se não é à economia, a quem é que este Governo está a

servir? A resposta, curiosamente, até esteve nas palavras do Sr. Ministro da Economia, que, tentando levantar

fantasmas contra a oposição, e contra o Bloco de Esquerda em particular, nos dizia há pouco: renegociação

da dívida? Nunca. Jamais. Esqueçam o que escrevi no meu livro. Isso, nunca!

Esqueçam tudo o que eu escrevi!? A renegociação não pode acontecer!? — diz o Ministro. Mas porquê?

Ouçamos novamente as palavras do Sr. Ministro: a renegociação não pode acontecer porque tal significaria o

colapso financeiro.

Ora, quando a austeridade está a ser o colapso social do País, a grande preocupação do Sr. Ministro é

esta: renegociação nunca, porque isso é o colapso financeiro! O colapso social, esse, é aceitável, desde que

não se mexa nos bancos, desde que não se mexa nos acionistas dos bancos, desde que não se diga aos

especuladores que assumam as suas responsabilidades e desde que não se coloque em causa os ganhos

abusivos de especuladores. Ora, quem escolhe os bancos, quem escolhe os especuladores, quem escolhe os

agiotas em nome da destruição do País mostra bem quem está a servir.

Desta bancada, não temos quaisquer dúvidas de que este Governo não está do lado das pessoas, não

está do lado do País. Ora, se este Governo está contra o País só há uma saída: a sua demissão!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr.as

e Srs. Deputados: Penso que valeria a

pena dizermos claramente o que estamos aqui a fazer. Acima de tudo, queremos recuperar a independência

financeira de Portugal.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Penso que a oposição ainda não se apercebeu deste problema: não somos

autónomos, infelizmente.

Em segundo lugar, queremos dar futuro a Portugal,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — … porque, a mantermos este caminho, certamente não chegamos lá.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é verdade! Tem razão!