22 DE MARÇO DE 2013
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Infelizmente, parece-nos claro que, neste momento, o Partido Socialista está mais preocupado com os
problemas partidários do que com os problemas nacionais.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Assim, teremos de concluir que os portugueses sabem que os partidos do
lado esquerdo do Hemiciclo, quer o Partido Socialista, quer o Bloco de Esquerda, quer o Partido Comunista,
não são neste momento viáveis para Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral para uma intervenção.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
Estamos a terminar o debate e, de facto, se é consensual que o País atravessa a maior crise de que há
memória, fica também evidente que o País carece hoje de uma oposição com competência, com soluções e
com ideias.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está aqui! Está aqui!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Hoje ficou claro que nem o Partido Comunista Português conseguiu
apresentar-nos uma solução ou até um modelo que diga: temos um período da história em que o nosso
modelo funcionou, nós temos um país onde o nosso modelo foi aplicado e resolveu o problema.
Protestos do PCP.
O PCP não tem um modelo nem tem soluções para os problemas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Apresentou aqui, inclusivamente, um instrumento que, do ponto de
vista regimental e constitucional, segundo ouvi, está no limite do aceitável, mas ainda assim possível. Porém,
não deixa de ser um «tiro de pólvora seca». Qual é a consequência?!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Se o CDS votar a favor, há consequências: eleições!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não apresenta nem soluções para o País nem, tão-pouco, soluções
para uma governação alternativa. O que diz o Partido Comunista? Demita-se o Governo! E fazemos de conta
que ele não está cá, fazemos de conta que os problemas estão resolvidos… Claro que não estão resolvidos,
claro que os problemas permanecem! Sr. Deputado, funciona como aquele doente que, em vez de seguir a
prescrição à risca, resolve mudar de prescrição e continua doente. Portanto, não há solução.
Da parte do Partido Socialista, era suposto, como já foi dito, e bem — que saudades do grande Partido
Socialista! —, que assumissem as suas responsabilidades na situação que é a mais grave que conhecemos
da história de Portugal e dissessem: estamos presentes, temos soluções, que são diferentes aqui e ali, mas
estamos disponíveis para o consenso, para encontrar uma plataforma de entendimento para sair desta
situação.
Mas o que é que faz o Partido Socialista? Fica incomodado no campeonato da extrema-esquerda, quer
fugir ao compromisso e fica no meio da ponte sem saber para que lado ir!
Esperamos que o Partido Socialista encontre um rumo, um destino e um desígnio e nos possa dizer como,
quando e em que circunstâncias está disponível para nos ajudar a resolver a situação do País.
O Sr. Honório Novo (PCP): — O PS está totalmente disponível!