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I SÉRIE — NÚMERO 69

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Vozes do CDS-PP: — Ainda bem!

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Um Governo que se apresenta aqui, no Parlamento, sem soluções. Um

Governo isolado. Um Governo que tem políticas contra as pessoas, contra as pequenas e médias empresas e

contra os trabalhadores. Um Governo de costas voltadas!

Disse o Sr. Deputado Pedro Lynce que o Governo dá futuro a Portugal, mas com estas políticas e com este

Governo, não há futuro para Portugal. E como também falou no consenso alargado, deixe-me dizer que há um

consenso alargado na sociedade portuguesa relativamente ao aumento do salário mínimo nacional.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

Há um consenso nacional, do lado dos empregadores e do lado dos trabalhadores, de todos os parceiros

sociais, do Presidente do Conselho Económico e Social, Dr. Silva Peneda, de vários economistas e, digamos,

de todos os sociais-democratas que ainda estão no PSD. Há, pois, um consenso alargado. E por que é que o

Governo não aproveita esse consenso alargado para aumentar o salário mínimo nacional? Porquê?! Percebe-

se que o problema está na incapacidade de o Governo olhar para estas matérias e aproveitar o tal consenso

alargado.

Quando o Sr. Deputado Artur Rêgo falou da questão bipolar, não sei se estava a referir-se ao Presidente

do Conselho Nacional do CDS-PP, Dr. Pires de Lima, que disse estar chocado com o estilo do Governo e,

nomeadamente, do Ministro das Finanças.

Vozes do CDS-PP: — Não, não!

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — E com esta sétima avaliação, diz o Dr. Pires de Lima, deveria ser dada

uma prioridade crescente à economia, que é exatamente o contrário do que os senhores estão a fazer! Aliás,

isso é assumido por ele: deveria haver e não há.

O Sr. Presidente (António Filipe) — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — O que há é um processo exatamente ao contrário, porque o Governo

duplicou, efetivamente, a austeridade prevista e esta sobreausteridade (austeridade sobre austeridade) está a

ter consequências desastrosas na economia portuguesa, com destruição de emprego, com destruição de

pequenas e médias empresas, com destruição em vários setores de atividade.

Todos nos lembramos que, nas anteriores eleições legislativas, o CDS aparecia aqui «vestido» como o

defensor dos contribuintes — nunca houve tanto aumento de impostos como agora — e o defensor dos

pequenos e médios empresários — nunca houve tanta destruição de pequenas e médias empresas! É preciso

que os senhores reflitam sobre isso relativamente ao futuro.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Sr. Presidente, termino com esta frase: o Sr. Primeiro-Ministro tem dito

que há uma luz ao fundo do túnel, mas este túnel é parecido com o Túnel do Marão, que não tem luz

nenhuma, mas apenas uma parede!

Protestos do CDS-PP.

E o Governo está a acelerar o caminho não para a luz ao fundo do túnel mas para a parede!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos passar à fase de encerramento do debate.