I SÉRIE — NÚMERO 69
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O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Não tenho dúvidas, absolutamente nenhumas, de que atravessamos neste
momento, em Portugal, a maior crise dos últimos tempos, seja económica, seja financeira, seja social.
Também não tenho dúvidas em dizer que nos preocupam, porque a situação é dificílima — por que não dizê-lo
—, os desempregados. Não podemos chegar ao ponto de andar a medir quem tem mais preocupações, se é
este ou se é aquele. Não!
Preocupam-nos os desempregados.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É por isso que lutamos, provavelmente com ideias diferentes, mas não podemos aceitar que estejam a
tentar medir se nos preocupamos mais ou menos. Isso não é sério!
Srs. Deputados, para ultrapassar esta crise, que toda a gente sabe que é uma crise gravíssima, são
necessários consensos alargados. Recordo aqui que, em determinada altura, Mota Pinto, pelo PSD, teve a
coragem de se juntar a Mário Soares para ultrapassar a grande crise que Portugal atravessava. É um exemplo
que não podemos esquecer.
Todos sabemos que, neste momento, atravessamos uma crise e que para tornarmos a ter uma situação
sustentável temos de avançar com reformas estruturais. Não nos enganemos uns aos outros.
Verifiquemos o que nos trazem as oposições.
O PCP não nos trouxe nada de novo e, com toda a franqueza, já estamos habituados.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
O Bloco de Esquerda também pouco adiantou, sem dúvida absolutamente nenhuma. Não há uma proposta
para resolver a situação de Portugal, há só mais e mais despesa.
Neste momento, todos sabemos qual é o caminho que o Partido Comunista nos aponta: sairmos da Europa
e ficarmos outra vez orgulhosamente sós!
Vozes do PSD: — É verdade!
Vozes do PCP: — Oh!…
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — É verdade! Não têm coragem de o dizer, mas é isso que pretendem neste
momento.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, queira fazer o favor de concluir.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Concluo já, Sr. Presidente.
O Partido Socialista, em outubro, já começou a querer fugir ao Memorando, procurando arranjar alibis,
como o número de Deputados desta Assembleia, a ADSE, disputas internas, etc. Do Laboratório de Ideias e
Propostas para Portugal apareceu, finalmente, um programa, mas é preciso dizer claramente que do que
precisamos é de medidas e que essas medidas nos tragam receitas, e não só ideias vagas, porque, por
exemplo, o crescimento é precisamente um dos três pontos em que o Governo está a apostar neste momento.
Risos do Deputado do PS Carlos Zorrinho.
Não se ria, Sr. Deputado, porque isto não tem graça nenhuma. Esta é uma situação muito crítica!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir, pois já excedeu o tempo de
que dispunha.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr. Presidente, termino já.