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22 DE MARÇO DE 2013

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públicos contra trabalhadores do privado, jovens contra os mais velhos, pensionistas contra trabalhadores no

ativo; que desrespeita a concertação social. Trata-se de um Governo que é já, ele próprio, um fator de

instabilidade.

Aplausos do PS.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O Partido Socialista tem apresentado propostas alternativas e que

têm tido acolhimento por parte dos parceiros sociais, dos empresários, da sociedade — só o Governo e a

maioria PSD/CDS é que não querem ver: estabilizar a economia, reduzir o IVA da restauração, aumentar o

salário mínimo nacional, promover um plano de reabilitação urbana com aproveitamento de fundos

comunitários, financiamento da economia e das pequenas e médias empresas, criação de um banco de

fomento, uma agenda para o crescimento e o emprego que todos defendem.

Todos não! Há um Governo e uma maioria de direita que não pensam assim. Um Governo ultraliberal

apoiado conjunturalmente por esta maioria no Parlamento, que prefere ver a economia a definhar, o

desemprego a aumentar e a esperança a desaparecer.

Sr.as

e Srs. Deputados, o Partido Socialista é o grande partido da esquerda democrática, de uma esquerda

de propostas, de uma esquerda de um projeto solidário, onde todos, mas todos os portugueses, têm lugar,

uma esquerda de esperança e que acredita que Portugal tem futuro.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, vou falar claro para o Sr.

Deputado e para o Partido Socialista: o PS está num perigoso e inaceitável jogo duplo político.

O PS, da parte da manhã, indigna-se contra o desemprego e contra a recessão; de tarde, manda à

Assembleia da República o antigo Ministro dos Assuntos Parlamentares dizer que, afinal, o PS não tem

coragem política, que o PS não tem vontade política, que o PS não quer travar o desemprego, não quer

combater a recessão, não quer romper com a troica e não quer demitir o Governo.

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. Honório Novo (PCP): — O PS, de manhã, diz ao País que há uma situação de tragédia nacional e,

de tarde, manda aqui o antigo Ministro dos Assuntos Parlamentares, substituindo muito bem o Dr. Miguel

Relvas, dar a mão ao Governo, defender o Governo, defender a direita no Governo, recusar-se a romper com

o Memorando da troica, sendo este Memorando a causa primeira da tragédia do nosso País.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — O PS insiste no jogo duplo. O PS insiste e defende que quanto pior ficar o

País melhor fica o PS. Este não é um partido nacional, é um partido que apenas vê os critérios partidários.

O PS, em vez de dizer «não» ao Deputado Jorge Lacão, defende e aplaude Jorge Lacão. O PS já nem

sequer ouve Mário Soares, Sr. Deputado Miguel Laranjeiro. Mário Soares, esta semana, escreveu o seguinte:

«O Partido Comunista vai apresentar, na Assembleia da República, um pedido de demissão do Governo. É

oportuno. Eu, socialista, se fosse Deputado não hesitaria em votar a favor porque, como é da regra política, na

política partidária ou se está de um lado ou se está do outro».

É com estas declarações do Dr. Mário Soares que eu quero confrontá-lo, Sr. Deputado Miguel Laranjeiro: o

que é que o senhor pensa destas declarações? O senhor está do lado de Mário Soares ou está do lado de

Jorge Lacão?

Risos do PS.