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I SÉRIE — NÚMERO 70

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Aplausos do PS.

O senhor está separado, divorciado dos portugueses, porque governa contra os portugueses.

O Sr. Primeiro-Ministro deu outro exemplo, entre muitos que podíamos citar, o do salário mínimo nacional,

e acabou de chamar irresponsáveis às confederações empresariais e às centrais sindicais em Portugal.

Aplausos do PS.

Ora, isso é inaceitável. Isso mostra a sua arrogância política e a sua incapacidade para dialogar com os

parceiros sociais.

O senhor está zangado com toda a gente. Está zangado com os parceiros sociais e não consegue

compreender que, neste momento, um aumento do salário mínimo nacional não seria feito por decreto nem

por lei.

Tivemos oportunidade de nos expressarmos neste Parlamento e de dizer que o salário mínimo nacional

devia ser objeto de um acordo na concertação social. Mas, antes disso, e numa atitude de grande

responsabilidade, ouvimos todos os parceiros sociais e chegamos a este momento a esta triste situação: todos

os parceiros sociais, desde as confederações patronais aos sindicatos, todos os partidos políticos da oposição,

e talvez também o CDS, consideram que é importante aumentar o salário mínimo nacional. Só há uma pessoa

neste País que considera que é um erro aumentar o salário mínimo nacional: o Primeiro-Ministro, que chegou

ao fim do seu prazo, que chegou ao do fim do seu mandato e que merece uma censura neste Parlamento.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: —Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, quero desde já esclarecer

que não estou zangado com ninguém, nem sequer com o Sr. Deputado! Não estou nada zangado.

Risos do PS.

Sr. Deputado, para quem esteve tanto tempo a ouvir os portugueses, talvez fosse importante que os

portugueses soubessem qual é o seu pensamento sobre várias coisas.

Em política, Sr. Deputado, é muito importante saber ouvir, mas também é preciso pensar pela sua própria

cabeça e saber tomar decisões.

O Sr. Deputado fica a saber que, numa matéria como aquela que referiu, como Primeiro-Ministro não tenho

nenhum receio de dizer o que penso, mesmo sabendo que aquilo que penso não é exatamente aquilo que as

pessoas gostariam que eu pensasse para decidir.

Protestos do PS.

Seria muito fácil, hoje, fazer como o Sr. Deputado disse: parar com a austeridade, aumentar o salário

mínimo, aumentar as pensões, estimular a procura interna, mesmo sabendo que o essencial dessa procura

interna acabará num défice maior e numa dívida externa maior do País. É exatamente assim, Sr. Deputado!

O Sr. António José Seguro (PS): — Não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi exatamente assim no passado e seria exatamente assim hoje, se essa

postura fosse adotada. Portanto, Sr. Deputado, seria muito fácil a um Governo propor hoje aquilo que o Sr.

Deputado propõe.

Todavia, há duas circunstâncias que são conhecidas de todos os portugueses — como é possível

esquecer?!