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23 DE MARÇO DE 2013

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Protestos do PSD e do CDS-PP.

Perguntou-me onde é que se vai buscar o dinheiro. Vai-se buscar o dinheiro à economia…

Risos do PSD.

Como disse e sempre repeti: sem gerar riqueza é impossível pagarmos a nossa dívida; sem gerar riqueza

não conseguimos sair desta crise.

A terminar, quero dizer o seguinte: esta crise não começa com a moção de censura do PS. Esta crise já

existe pela sua irresponsabilidade, pela sua impreparação e pela sua incompetência!

Aplausos do PS.

Esta moção visa a solução para sairmos da crise e devolver, de novo, a esperança aos portugueses.

Portugal necessita de se reencontrar consigo próprio e precisa de ter um Governo e um Primeiro-Ministro que

sejam inspiradores e mobilizadores do que há de melhor em cada português, de os unir. É essa a proposta

que temos para apresentar a Portugal!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, creio que o País já

percebeu que o senhor tem pressa de chegar ao Governo.

Vozes do PSD: — Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas o País está pouco preocupado com as suas preferências nessa matéria,

embora fosse importante que conhecesse a estratégia que o Sr. Deputado afirma ter.

Ora, a verdade é que a economia não cresce por milagre. A economia, Sr. Deputado, contrai

frequentemente quando os governos desenvolvem políticas que acumulam dívida pública e défice; e, mais do

que isso, quando os governos, para tapar esse resultado, apelam a que os bancos tomem dívida pública, de

tal maneira que quando estivemos em véspera de pedir um resgaste à Europa e ao Fundo Monetário

Internacional, o Banco Central Europeu já tinha, até essa data, tomado cerca de 24 000 milhões de euros de

obrigações do tesouro portuguesas, como colateral dos bancos portugueses, que estes tinham tomado,

porque o Governo estava desesperado para conseguir cumprir as suas obrigações — esse Governo que o Sr.

Deputado apoiou.

Ora, quando um governo continua a apostar em dívida e em défice — é inevitável, Sr. Deputado! — a

economia não cresce, e não voltará a crescer em Portugal a menos que a estratégia seja outra.

Portanto, toda gente sabe, vem nos livros e está na experiência empírica que, quando é preciso realizar

programas de ajustamento, no curto prazo, as implicações recessivas são sempre sensíveis. Nunca ninguém o

ocultou.

O Sr. António José Seguro (PS): — O senhor ocultou!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E o Governo que o Sr. Deputado apoiou e que negociou o Memorando

também o cumpriu na própria previsão, porque sabia que a economia ia contrair dadas as necessidades de o

Governo, por um lado, diminuir o défice e a dívida e, por outro, a sociedade privada, em Portugal, se

desendividar também.