23 DE MARÇO DE 2013
17
recessão interna de Espanha, bem aqui ao nosso lado, nosso principal parceiro comercial, e sofreu e sofre de
uma sensível deterioração económica na zona euro, em particular, e na União Europeia, em geral.
Ora, este cenário traz, a nosso ver, dois problemas muito sérios que temos de enfrentar com coragem e
determinação: por um lado, o crescimento económico tarda a chegar à zona euro, à Europa e, claro está,
também a Portugal; por outro lado, há uma subida preocupante do desemprego no nosso País, que nos
parece ser, neste momento, a maior fratura social que importa estancar.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, nunca negámos, este tem sido um
caminho difícil, mas que tem sido percorrido com espírito de sacrifício e sentido de Estado dos portugueses e
com um consenso social mínimo, capaz de diferenciar o programa português de outros programas.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É neste contexto que gostaria de recordar às Sr.as
e aos Srs.
Deputados que, daqui a duas ou três semanas, Portugal enfrentará uma importante e difícil negociação: a
negociação das maturidades dos seus empréstimos. Ou seja, para ser claro, daqui a duas ou três semanas,
Portugal negociará os termos e o modo como iremos reembolsar os nossos credores de dinheiro que nos
emprestaram em 2009 e 2010 para sobrevivermos e que, então, acordámos pagar, nomeadamente, em 2014,
2015 e 2016.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Pois é!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Importa recordar e estar à altura deste momento, porque isto, Sr.
Primeiro-Ministro, a nosso ver, não é de todo irrelevante para os desempregados, para os trabalhadores, para
as famílias, para as empresas ou para a classe média.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Não é irrelevante saber se o que vamos pagar e como vamos pagar é feito num calendário exequível face,
nomeadamente, ao contexto económico e social que a Europa, a zona euro e Portugal enfrentam, ou se é num
calendário impossível de cumprir.
É neste contexto que queria dizer, com total franqueza, que o facto de o maior partido da oposição
apresentar uma moção de censura — sendo um direito parlamentar, evidentemente — constitui, a nosso ver,
uma precipitação do ponto de vista do interesse nacional.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Imaginemos por minutos, Sr. Primeiro-Ministro, que o objetivo, o
propósito dessa moção era atingido, que a moção tinha uma votação maioritária favorável neste Parlamento.
O que é que aconteceria a Portugal e aos portugueses ao enfrentar esta difícil negociação, num cenário em
que Portugal estaria sem Governo e mergulhado numa intensa crise política,…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Irresponsabilidade total!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … sem a credibilidade e a estabilidade necessárias que demorou
tempo e tanto sacrifício a conquistar?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Querem lá saber do País!