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23 DE MARÇO DE 2013

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Porém, aqueles que pensam que este Governo desiste à primeira dificuldade ou que fica acabrunhado por

ver os resultados difíceis das medidas difíceis que implementou, podem desenganar-se, porque este Governo

tem caráter!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — De seguida, tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo,

Sr. Primeiro-Ministro, vou dizer-lhe o que a maioria dos portugueses gostaria de lhe dizer neste momento: o

seu tempo chegou ao fim.

Aplausos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro e o seu Governo estão esgotados! Chegou o momento de saírem.~

O senhor e o Governo estão esgotados por duas razões fundamentais. Primeira: a sua estratégia e a sua

política falharam estrondosamente.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mentira!

O Sr. António José Seguro (PS): — Segunda: o seu Governo perdeu a credibilidade e a autoridade

política que podiam, e deviam, estar na génese da mobilização dos portugueses para enfrentar a crise difícil

que, neste momento, estamos a viver em Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro, em vez de liderar um Governo que una os portugueses, que mobilize os

portugueses, lidera um Governo que divide os portugueses, que põe os portugueses uns contra os outros e

que cria a desesperança, a incerteza e o medo.

Aplausos do PS.

A sua política falhou.

Vamos a factos: o défice previsto para 2012 era de 4,5%— ficou em 6,6%; a dívida prevista para 2012 era

de 113% — ficou em 122,5%.

Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.

Os portugueses, em particular os 200 000 que, em 2012, ficaram sem emprego, perguntam-se hoje: tanta

dor, tanto sofrimento, tanto sacrifício para quê? Quais são os resultados que o Sr. Primeiro-Ministro tem para

apresentar? Não tem resultados! Mas, pior do que os resultados, são as consequências da sua política de

austeridade do «custe o que custar».

Mais de 930 000 portugueses desempregados, a caminho de 1 milhão! A nossa economia está numa

espiral recessiva de onde o senhor não consegue sair.

O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Qual é a alternativa?

O Sr. António José Seguro (PS): — O mais grave disto tudo é que o senhor e o seu Governo entraram

num estado de negação, sendo incapazes de olhar para a realidade, de reconhecer o seu falhanço e de

corrigir a rota. Aquilo que, neste momento, lhe era exigido era precisamente isso. Mas, para isso, era preciso

ter energia, para isso era preciso compreender os portugueses, para isso era preciso escutar os portugueses,

e o senhor não compreende, não escuta nem ouve os portugueses.