I SÉRIE — NÚMERO 70
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A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sr. Deputado, eu vejo muito bem, e o Governo também, o que se passa no País com o desemprego. Sei
qual é a realidade do País…
Protestos do PCP.
… e sei, portanto, o que é preciso alterar, mas, Sr. Deputado, estou a trabalhar para alterar essa
situação,…
Protestos do PCP.
… de modo a que o País possa ter um futuro diferente daquele a que pareceu condenado em 2011.
Contudo, o Sr. Deputado, evidentemente, gostaria de ter um modelo político, económico e social muito
diferente daquele que defendo e que, até ver — e, Sr. Deputado, já lá vão muitos anos —, o povo português
defende.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, de facto, aquilo que nos separa
é que nós defendemos o modelo económico e social que está inscrito na Constituição da República
Portuguesa…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … e que os senhores, na prática, recusam!
Aplausos do PCP.
Sr. Primeiro-Ministro, não ponha esse ar ternurento a falar quando diz que está muito preocupado com o
desemprego. Então, está preocupado com o desemprego e prepara-se para despedir milhares de
trabalhadores da Administração Pública através de um processo de chantagem?!
Aplausos do PCP.
Resolva lá essa contradição, para nós percebermos qual é a verdade ou qual é a mentira que está aqui a
dizer.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do Bloco de Esquerda,
Tem a palavra, para o efeito, a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Partido Socialista anunciou que
vai apresentar agora uma moção de censura. Em setembro, quando o Bloco de Esquerda convidou todas as
oposições a juntarem-se-lhe na censura ao Governo, recusou-se.
Devemos perguntar-nos o que é que o País ganhou com esta demora: 100 000 novos desempregados e
desempregadas e o roubo de mais dois meses de salários e de pensões.