30 DE MARÇO DE 2013
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estratégia eleitoral. Mas parece-me que não é assim que acontece com os portugueses, que ao longo dos
últimos dois anos, por força do Memorando que fomos obrigados a assinar, têm feito enormes sacrifícios.
Por isso, Sr. Deputado, gostaria que no seu discurso, no seu diagnóstico, não tivesse esquecido esse facto.
Portugal está a cumprir o Memorando que os senhores negociaram e assinaram em nome de Portugal…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Não, não!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Com dificuldades, é certo; com sacrifícios, é certo. Mas, ainda assim,
está a cumprir.
Sr. Deputado António Braga, também não o ouvi dizer uma palavra relativamente ao facto de a
credibilidade externa portuguesa ter sido recuperada, de finalmente termos uma balança comercial equilibrada
ou até de termos recuperado, bem como diversificado, certos destinos de exportações que outrora tínhamos
perdido. É certo — concedo-lhe, Sr. Deputado — que o desemprego aumentou mais do que previsto, mais até
do que aquilo que seria pensável.
O Sr. José Junqueiro (PS): — E a culpa é do seu Governo!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso é grave e deve ser combatido. Contudo, Sr. Deputado, deve ser
combatido com soluções. Alternativas foi aquilo que não ouvimos no discurso do maior partido da oposição!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O Sr. Deputado, durante os 6 minutos e meio que durou a sua
intervenção, poderia ter apresentado uma alternativa que não fosse o chavão com o qual todos nós estamos
de acordo: é evidente que o desemprego é preocupante e que é uma fratura social relevante que urge
combater! Mas como, Sr. Deputado? Com mais investimento público? Com mais obras públicas, como fizeram
nos seis anos em que estiveram no Governo? Era a isso que gostava que o Sr. Deputado respondesse.
Sr. Deputado, quero ainda dizer-lhe que já percebemos esta nova versão do Partido Socialista: na palavra
é radical — é uma competição mais à esquerda, portanto radicaliza na palavra; mas, felizmente, na escrita
(nas cartas que escreve) já tem mais responsabilidade e mais bom senso, nomeadamente quando diz aos
nossos credores que pretende cumprir.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Preferimos esse último Partido Socialista. O País precisa mais do Partido Socialista que escreve do que
daquele que fala.
Mas deixe-me dar-lhe um conselho, Sr. Deputado: esta política de tentar agradar a todos ao mesmo tempo,
de tentar ficar mais ou menos a meio da estrada pode muito bem fazer com que o Partido Socialista acabe
atropelado.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não queremos isso, porque o País precisa de um grande partido da
oposição democrática, do arco da governabilidade, que apresente propostas, soluções e que não se torne num
enorme partido do protesto.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Braga.
O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, tenho a dizer-lhe que, naturalmente,
acompanhamos a situação. Aliás, no que respeita à descrição que aqui fizemos, ao contrário do que disse o