12 DE ABRIL DE 2013
5
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Por que não tem o Governo estas preocupações de controlo da despesa,
quando se trata de enterrar mais e mais dinheiro no buraco do BPN ou na recapitalização da banca?
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Governo afirma, agora, que o despacho é transitório e que não tem os
efeitos que se lhe atribuem. Mas não só o despacho não tem data de validade como os seus efeitos já se vão
fazendo sentir por todo o País e em todos os serviços do Estado.
Vozes do PCP: — Exatamente!
Protestos de Deputados do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Quando
se constituiu o Governo, vendeu-se a ilusão de que vinha aí um Ministro das Finanças extraordinário, porque
Vítor Gaspar era um técnico e não um político, como se um ministro pudesse tomar decisões técnicas sem
fazer opções políticas.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Afinal, Vítor Gaspar, «O técnico», já não se contenta sequer em ser
reconhecido pelo Primeiro-Ministro como o político número dois deste Governo. Vítor Gaspar quer agora
concentrar em si todos os poderes, mandar em todos os ministérios e ministros e em todos os serviços do
Estado.
E alguém tem que dizer a este Ministro e a este Governo que a isto já Portugal assistiu, na década de 30
do século passado.
Aplausos do PCP.
Que não haja ilusões.
A política do pacto de agressão e deste Governo ou os despachos do Ministro das Finanças destinam-se a
um único objetivo: fazer pagar aos trabalhadores e ao povo, por inteiro, a crise do capital financeiro e
especulativo.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se as leis que temos não lhes chegam, fazem outras; se a Constituição lhes
trava o passo, atropelam-na; e se os tribunais os condenam em flagrante delito, transferem para outros o
cumprimento da pena.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Aqueles que há mais de 30 anos verdadeiramente mandam no País por
intermédio de sucessivos governos não querem deixar de mandar. E vão fazer de tudo para continuar a
mandar: atropelando a Constituição; arruinando a vida de quem vive do seu trabalho; negando educação ou
refeições nas escolas, tratamentos nos hospitais ou prestações sociais, porque o senhor presidente do
conselho, investido em Ministro das Finanças não deu despacho para realização da despesa.
Vozes do PCP: — Exatamente!