13 DE ABRIL DE 2013
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O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — Sr.ª Presidente, quero deixar uma única nota, começando por me dirigir ao
Sr. Deputado Jorge Machado.
Este projeto de resolução não é de agora, foi apresentado em outubro e é a sequência de um conjunto de
posições públicas assumidas por Deputados do PSD e do CDS-PP.
Gostaria também de lamentar que nenhum Deputado do Partido Socialista de Aveiro tenha hoje vindo a
debate.
O Partido Socialista confundiu aquilo que estava na génese do projeto de resolução. Nós estamos a tratar
de uma questão excecional, e é como tal que deverá ser abordada.
O Deputado do Partido Socialista que usou da palavra provavelmente nunca passou pelo pórtico do
estádio, a não ser que tenha acompanhado o seu clube, o Sporting, num dos jogos em que foi a Aveiro.
Nesses jogos, os cidadãos de Aveiro têm de pagar portagem para ver o seu clube jogar (caso único no País).
Quem colocou, de uma forma errada, de uma forma indevida, aquele pórtico foi o Governo do Partido
Socialista.
Não confundamos o que é a questão de princípio com aquela situação concreta.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do Deputado do PS Marcos Perestrello.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Penso que o debate clarificou
bastante bem as posições.
Pela nossa parte, consideramos — e insistimos nessa opinião, porque nos parece ser clara face à
realidade — que a introdução de portagens trouxe ainda mais custos para as contas públicas, porque
transferiu o risco do privado para o público e trouxe os custos para as populações. Essa é a nossa oposição
de princípio às SCUT, que, aliás, tem sido materializada e tem tido mais força com o debate e as audições que
temos levado a cabo na respetiva comissão de inquérito.
Mas não é tanto disso que estamos a falar neste caso em concreto. Este debate está mais restrito à região
de Aveiro e a um pórtico em particular.
Sobre essa matéria, insistimos que deveria existir uma unanimidade sobre a retirada do pórtico do estádio
de Aveiro. Trata-se de uma irracionalidade, sobre qualquer princípio! E qualquer Deputado eleito por Aveiro
não poderia ter outra opinião que não esta.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Consideramos que o mesmo se passa nos restantes pórticos da
região, os quais trouxeram mais problemas para o seu desenvolvimento, mais custos de competitividade às
empresas e à economia, mais dificuldades às famílias, mais dificuldades à mobilidade, numa região em que —
sabemos bem — as estradas nacionais não são qualquer alternativa. Por isso, devíamos insistir na tónica e na
sugestão de retirar todos os pórticos das SCUT. Isso era o que as populações do distrito de Aveiro esperavam
da Assembleia da República, pelo que insistimos na posição da nossa proposta de resolução.
O que não pode acontecer é sair-se daqui hoje com tudo na mesma. Por isso, se esta Assembleia da
República decidir que um pórtico ou todos os pórticos devam sair, devemos passar já amanhã a insistir, junto
do Governo, que materialize esta decisão.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, tem de concluir.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Concluo, Sr.ª Presidente.