I SÉRIE — NÚMERO 78
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Não é legítimo, na nossa opinião, cobrar aquilo que deveria ser pago pelos impostos, e pago de uma forma
coerente.
Nessa medida, consideramos que este projeto de resolução fica aquém daquilo que deveria ser. Vamos
votá-lo a favor, naturalmente, porque não temos uma perspetiva sectária quanto a esta matéria e no que diz
respeito a esta questão. Entendemos que deve ser colocada a perspetiva de revogação destes pórticos e,
nessa medida, votaremos a favor, mas chamando desde já a atenção para que o projeto de resolução que
está em cima da mesa visa enganar a população.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de Almeida para uma
intervenção.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, quero
dizer ao Sr. Deputado Jorge Machado que compreendo que o Bloco de Esquerda e o PCP tenham uma
posição diferente sobre esta questão. Aliás, o Bloco de Esquerda explicou bastante bem que é contra o
portajamento destas vias. Nós, em tese, também o somos — seria a situação ideal —, mas compreendemos
que na circunstância económica e financeira em que vive o País é necessário obedecer ao princípio do
utilizador-pagador.
Sr. Deputado Jorge Machado, essa posição, que é perfeitamente legítima, de não querer portagens, do
«não pagamos», que o leva a desvalorizar esta excentricidade particular, esta injustiça particular,…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Mas há portagens por todo o lado!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — … e assim tratar o povo de Aveiro, não lhe fica bem, nem dignifica o
Partido Comunista Português.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Queria ainda registar que não houve, na bancada do Partido
Socialista, um Deputado de Aveiro disponível para intervir sobre esta questão.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem! É verdade!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — O Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo revela não conhecer a
realidade de Aveiro ao tentar reduzir isto a uma questão porta a porta, rua a rua. Não é isso, Sr. Deputado! O
Sr. Deputado gastou 4 minutos e 40 segundos para andar às voltas com o princípio do rua a rua, porta a porta.
O Sr. Deputado desconhece a realidade e a injustiça que é perpetrada todos os dias por este pórtico que os
senhores criaram e não é uma questão de distinguir Aveiro do resto do País, mas uma questão de pôr Aveiro
ao nível do resto do País. É esse o grande erro em que o Sr. Deputado labora, o que lamento.
Compreendo a sua posição, Sr. Deputado, não sendo de Aveiro, mas sendo todos nós representantes de
toda a nação, temos obrigação de a conhecer melhor quando falamos. Lamento, pois, que não tenha havido
na bancada do PS um Deputado de Aveiro a defender essa questão e ter a coragem de, ao arrepio do que o
seu partido fez, defender Aveiro e os aveirenses, para que sejam tratados igualmente como todos os
portugueses e não em situação de discriminação.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Ulisses
Pereira.