18 DE ABRIL DE 2013
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decisão do Tribunal Constitucional, sobre a remodelação governamental e, principalmente, sobre a segunda
fase da remodelação governamental exigida pelo porta-voz do CDS, o Dr. Pires de Lima.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, mesmo que o País saiba, como todos sabem, que o Governo fez por sete vezes a revisão do
Memorando, que o Governo fez um documento sobre estratégia orçamental e que o Governo decidiu, com a
troica, em setembro passado, um corte de 4000 milhões; por mais que se saiba que o Governo nunca falou
com a Assembleia da República, nem nunca falou com o PS, nem com nenhum partido da oposição, há
sempre, no PSD, um disponível, um voluntário que vem sempre dizer, papaguear que o PSD sempre convidou
a oposição ou o PS para o diálogo.
O Sr. Mota Andrade (PS): — É verdade!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Convém lembrar isto, porque se há uma coisa que este Governo nunca fez
foi dialogar com quem quer que fosse. E mais: mesmo com os parceiros sociais, este Governo nunca foi capaz
de respeitar o que tinha sido acordado na concertação social.
O Sr. António Braga (PS): — Bem lembrado!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Este é, portanto, um Governo que não tem palavra, que não tem rumo. É
sobretudo um Governo que agora faz política por carta, que escreve cartas a toda a gente. Até escreveu uma
carta ao PS, e escreveu-a quando o mal já estava feito. Escreveu uma carta ao PS e não se percebe para quê.
O Governo tem a certeza de uma coisa: que o Partido Socialista não mudou de opinião e que são precisas
outras políticas.
O Governo sabe que foi censurado pelo Partido Socialista. Sabe também que o Partido Socialista não será
aval das políticas deste Governo.
Chegaram tarde, o mal está feito. Agora, Sr. Deputado, o que o PSD e o Governo têm de perceber é que o
PS tem a posição de não caucionar ninguém e que muito menos caucionará um Governo neoliberal que tem
conduzido o País àquilo que sabemos, a um desastre económico e a uma tragédia social.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, devo lembrar-lhe uma
coisa: esta moda, que faz lembrar os relacionamentos do passado, de envio de cartas quando se quer assumir
uma posição mais formal nem foi originalidade do Governo; foi o PS que começou por escrever cartas à troica.
Vozes do PSD: — Ah!…
O Sr. António Braga (PS): — Não foram cartas de amor!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Creio que se lembrará disso tão bem quanto eu.
Mas, verdade seja dita, há uma exigência de responsabilidade que temos de ter nos dias que correm.
O que o PS respondeu — pelo menos o que é público — à carta que lhe foi enviada pelo Primeiro-Ministro
é que não recusa qualquer conversa. Essa é uma posição do PS que merece um aprofundamento de
responsabilidade. E digo-lhe já qual é a posição clara e assumida do Bloco de Esquerda: não assume
qualquer conversa para cortar em nada do Estado social.
O Sr. António Braga (PS): — Com ninguém?!