18 DE ABRIL DE 2013
25
Perguntar-lhe-ia — em termos retóricos, evidentemente, porque sou eu que estou a responder à pergunta
que o Sr. Deputado me dirigiu — se V. Ex.ª, antes de me ter interpelado, não terá ligado ao Sr. Dr. Passos
Coelho, ao Sr. Primeiro-Ministro (é exatamente a mesma coisa), perguntando por que razão só agora se
lembrou do Partido Socialista…
Vozes do PS: — Boa pergunta!
O Sr. Manuel Seabra (PS): — … e por que razão esteve dois anos seguidos a fazer um caminho
iminentemente solitário.
Aplausos do PS.
Essa talvez seja a questão central.
Quanto a compromissos do Partido Socialista, deixe-me dizer — evidentemente, sem tentar antecipar a
intervenção que o Secretário-Geral do Partido Socialista fará daqui a minutos, tanto mais que nem sequer sou
assessor de imprensa do Sr. Dr. António José Seguro — que o que se vai passar, no futuro, é a reiteração e a
renovação do contrato de confiança que os socialistas estabeleceram com os portugueses.
Esteja tranquilo no que a esse aspeto diz respeito!
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esse contrato já caducou!
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Seabra, o PS traz, a título de
declaração política, uma espécie de rubrica sobre as cartas de amor entre PS, PSD e CDS-PP. Diria que não
são cartas de amor platónico, também não diria que são cartas de amor carnal, mas são cartas de amor
político entre PS, PSD e CDS-PP, numa espécie de triângulo não amoroso/amoroso político que tem vindo a
desgraçar o nosso País.
Diz o Partido Socialista, na sua declaração política: Agora não! Este caminho, não! Mas a pergunta que
coloco é esta: será que quem desdenha não quer efetivamente comprar, Sr. Deputado?
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora, ora!…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O PS diz: o País empobrece, o desemprego aumenta, a emigração
dispara e finanças em detrimento da economia mata as finanças — muito bem! Diz o Sr. Deputado Manuel
Seabra, e muito bem, que temos mais défice, mais dívida e mais desemprego.
Em conclusão, o caminho que está a ser seguido é um desastre, não resolve os problemas do País. Ora, a
pergunta que deixo é esta: então, face a este cenário, o que é que diz o Partido Socialista?
Há duas ou três semanas, aquando da moção de censura apresentada ao Governo, o PS colocava em
cima da mesa a exigência da demissão deste Governo e a convocação de eleições. Ora, essa exigência caiu
por terra, não se ouviu uma palavra sobre essa questão na sua declaração política.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Diga-nos: o PS continua a exigir a demissão do Governo e a convocação
imediata de eleições para devolver ao povo o que lhe pertence, que é a capacidade de decidir o seu próprio
futuro?
Segunda questão: é ou não verdade que nessa história das cartas também há uma outra do Partido
Socialista dirigida à troica a jurar amor fraterno, amor eterno a este caminho de desastre nacional?