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18 DE ABRIL DE 2013

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não sei o que é que isso quer dizer!?

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Manuel Seabra, queria, em nome do

CDS, cumprimentá-lo pela sua intervenção.

Julgo que estamos a ter um pequeno debate à volta da sua intervenção e, como primeira consequência,

como primeira constatação, reconhecemos todos que o choque tecnológico ainda não chegou a todas as

entidades políticas, pois entre cartas do Governo para a troica, cartas da oposição para a troica e cartas do

Governo para a oposição, ainda estamos todos a trabalhar num cenário do século XX…

Protestos do PS.

Mas julgo, Sr. Deputado, que o importante — e nas respostas que deu ao PCP e ao PSD falou muito do

passado! — é falar no futuro e naquilo que nos preocupa. Portanto, não fazendo aqui de porta-voz de

ninguém, julgo que o que importa aos portugueses não é tanto o passado mas, sim, a ânsia que eles sentem

pelo seu futuro.

Sr. Deputado, recordo que no dia em que o Partido Socialista enviou uma carta à troica a dizer que

quebrava com o Governo mas mantinha o comprometimento com os compromissos nacionais, o Partido

Socialista disse que fazia a rutura com o Governo e, depois, o Secretário-Geral do Partido Socialista

manifestou estranheza pelo facto de o Sr. Primeiro-Ministro ter enviado à troica uma carta sobre a decisão do

Tribunal Constitucional. Mas, repare, essa estranheza do Secretário-Geral do seu partido é corrigida, com

certeza, quando o Governo dirige uma carta e estende a mão ao Partido Socialista!

Para além daquilo que o Sr. Deputado disse e que, reconheço, pode ser importante em termos eleitorais,

ao falar-nos em investir nas empresas, em devolver a confiança, ao referir alguns chavões, que têm muito

pouco de prático e muito pouco de concreto, o que importa perceber é se o Partido Socialista está ou não

disposto a voltar a uma determinada concertação com o Governo, a uma concertação que, repare, esta

bancada e os partidos que sustentam a maioria deram ao País e ao Partido Socialista quando o Partido

Socialista pediu financiamento internacional, quando chegou à conclusão de que não tinha como sustentar a

balança de pagamentos do Estado português.

Sabendo que, porventura, não alcançaremos largos consensos quanto às políticas económicas de fundo,

porque sabemos que o Partido Socialista durante seis anos se endividou e achava que isso ia tirar o País da

bancarrota e de uma situação de dificuldade económica que, na verdade, com crescimentos incipientes nunca

abandonou, julgo que aquilo que importa hoje é questionar sobre se poderemos ou não alcançar uma

concertação mínima, uma concertação que se tem feito, apesar de tudo, ao nível da concertação social e uma

concertação que hoje, julgamos nós, face a toda a realidade presente, é cada vez mais importante também a

nível político com o Partido Socialista.

O Partido Socialista quer posicionar-se do lado da censura, com discursos que, Sr. Deputado, admito que

até sejam — não lhe tiro essa legitimidade — politicamente eficazes, nomeadamente o discurso do

crescimento, o discurso do «vamos arregaçar as mangas», o discurso do «é possível fazer mais com o que

temos», ou seja, quer sair ou não do círculo da censura à esquerda mais à esquerda do Parlamento ou quer

fazer parte da solução? Temos de saber se, sem empenhar o seu DNA, onde está também, como o Sr.

Deputado aqui disse, uma cultura de diálogo, o Partido Socialista quer, de facto, usar essa cultura de diálogo

para trabalhar naquelas que são, hoje, as necessidades do País. Aliás, o Partido Socialista sabe tão bem

como a atual maioria que o País tem, a nível do financiamento externo, de garantir que a economia portuguesa

não colapsa e que o Estado se mantém solvente nos próximos anos.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.