18 DE ABRIL DE 2013
55
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Hoje, como há menos dinheiro e não querem «abrir os cordões à bolsa» para
investir na educação, acham que se deve melhorar.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vai para a banca!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — O CDS, na altura, até apreciações parlamentares apresentava em relação ao
Decreto-Lei n.º 3/2008. Agora mudou radicalmente de opinião.
É natural que as pessoas mudem de opinião. O PSD e o CDS, bem como o PS, têm facilidade em mudar
de opinião, conforme mudam as cadeiras da oposição e do Governo, mas nós também já estamos habituados
a isso.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Importa dizer o seguinte: creio que relativamente ao nosso projeto, o CDS pode
não ter percebido exatamente o que propomos. Entendemos que cada criança, tendo em conta a sua situação,
pode ter medidas concretas de apoio à sua inclusão e não se pode aplicar uma «chapa cinco» para todos os
problemas. Cada criança deve ter os meios pedagógicos e terapêuticos essenciais à sua inclusão.
Srs. Deputados, como integro o grupo de trabalho da educação especial, tive oportunidade, há poucos
dias, de visitar a CERCI (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas) de Cascais, onde
eu, como os outros Srs. Deputados, tivemos oportunidade de ouvir que com aspetos a melhorar da parte dos
pais e das instituições, aparece a necessidade de um maior número de sessões e de horas, de uma maior
intervenção na escola, da necessidade de maior número de terapias por aluno.
É preciso, de facto, não apenas garantir que estes meninos e estes jovens estejam nas escolas, mas
garantir condições efetivas de inclusão, que não existem.
Srs. Deputados, quando dizemos que há falta de funcionários, que há falta de psicólogos, que o número de
terapeutas diminuiu significativamente, significa que estes meninos estão na escola só para dizer que a escola
é inclusiva, mas não estamos a garantir a inclusão nem a escola democrática, porque a conceção que
defendemos é mais do que inclusiva, é democrática. A escola pública democrática só o será quando não
discriminar nenhum dos seus alunos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ora, temos hoje uma política educativa de destruição da escola pública e do seu
papel, que atinge, na primeira linha, estas crianças e estes jovens.
Foi aqui referido ainda a importância do papel dos pais. Digo mais: se não fossem os pais destas crianças,
se não fossem os seus professores e os seus técnicos, onde estaríamos hoje nesta matéria?
Os avanços que se registam são devidos à dedicação empenhada de todos aqueles que garantem
condições efetivas, por «amor à camisola». São confrontados com cortes salariais, com despedimentos e com
um conjunto de malfeitorias da parte deste Governo, mas, apesar de tudo isto, garantem condições efetivas
para que estas crianças possam frequentar a escola pública juntamente com as outras crianças.
Por isso, apresentamos este projeto, que entendemos ser a alternativa a este caminho de destruição da
escola pública. Da parte do PCP, sempre o faremos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, este debate está concluído, sendo o projeto de lei
votado no período regimental de votações da próxima sexta-feira.
Vamos passar ao último ponto da ordem de trabalhos, que consta do debate conjunto dos projetos de
resolução n.os
620/XII (2.ª) — Recomenda ao Governo que valorize o turismo religioso como um produto
estratégico no âmbito da revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo — PENT (PSD e CDS-PP), 669/XII
(2.ª) — Recomenda ao Governo que considere o turismo religioso produto estratégico no âmbito do PENT —