18 DE ABRIL DE 2013
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alterações importantes nesta matéria, que o PCP ignora e apresenta um projeto de lei idêntico ao que foi
discutido em abril de 2010.
Em segundo lugar, discordamos do conceito de escola inclusiva que o PCP propõe. Note-se que somos a
favor da escola inclusiva. Não é isso que está em causa, pois todos somos. O que nos preocupa nesta
definição é a simplificação e a visão igualitária dos alunos e das escolas.
No nosso entender, escola inclusiva é uma escola que assegura a igualdade no acesso pleno à educação,
mas para isso é necessário atender à diferenciação das medidas, dos planos de aprendizagem, das
necessidades dos alunos.
Mais do que receber todos os alunos e depois condená-los ao insucesso através de currículos comuns e
processos de aprendizagem comuns, a escola tem de receber todos os alunos, sim, mas tem adequar as
respostas às necessidades. Só assim consegue ser inclusiva.
O facto de o PCP não distinguir os alunos com necessidades educativas especiais dos alunos com
dificuldades de aprendizagem, revela que não vê na diversidade uma ferramenta essencial para combater a
exclusão.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não é nada disso!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Nesta proposta, o PCP encaminha os alunos para dois
destinos: ou para um sistema de educação paralelo ou para classes igualitárias onde existiriam turmas com
alunos com necessidades educativas especiais e as outras turmas. Ora, se a intenção é boa, o resultado seria
mau e nada inclusivo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Além disso, nem sequer faz sentido, pois se por um lado esta
proposta pretende criar um sistema de estabelecimentos de ensino paralelo, não se entende porque propõe
eliminar as unidades especializadas e as escolas de referência, sabendo que estas escolas permitiriam um
grande salto qualitativo na resposta a problemáticas específicas dos alunos.
Em quarto lugar, discordamos da necessidade de criação de um instituto nacional para a educação
inclusiva. As competências que o PCP lhe atribui estão atualmente nas direções dos agrupamentos de escolas
e não vemos qual é a vantagem de criar mais um organismo, mais uma estrutura.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — E mais uma despesa!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Por fim, queria apenas dizer que, apesar de discordarmos da
proposta do PCP, reconhecemos que é preciso promover algumas melhorias nesta área, nomeadamente, e
como já foi referido, no que diz respeito à CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde), que, na nossa opinião, é um instrumento que deve ser utilizado em articulação com outros testes de
diagnóstico, pois esta classificação, por si só, tornou-se e tem-se revelado insuficiente.
Também é importante que os planos educativos individuais, assim como os currículos educativos
individuais, sejam elaborados com maior e melhor consistência e fundamento técnico e com a participação dos
pais. É isto que está no centro das preocupações dos alunos com necessidades educativas especiais e dos
respetivos pais.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas, Srs. Deputados: O Decreto-Lei n.º 3/2008
instituiu um processo de avaliação das necessidades educativas especiais a partir de uma tabela classificativa
com critérios estritamente clínicos e sem critérios pedagógicos, o que fez com que, à partida, se eliminassem
muitas circunstâncias de crianças e jovens com necessidades educativas especiais e que, de uma forma ínvia,