19 DE ABRIL DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Que engraçado!… Mas há 8000 milhões de euros para os juros! Para isso,
há dinheiro!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do Partido
Comunista Português, quero igualmente saudar os peticionários aqui presentes e também a sua iniciativa de
trazerem à Assembleia da República estas suas justas preocupações.
Da parte do PCP, acompanhamos as suas preocupações relativamente à injustiça do não reconhecimento
da sua valorização na carreira e nas suas habilitações académicas. Por isso, quando no texto da petição
invocam a necessidade de respeito pela presença nessa categoria, fazendo corresponder a isso a
remuneração devida, entendemos que esse é um princípio básico que deve ser respeitado.
Aquando da apreciação do Orçamento do Estado para 2013, discutimos aqui várias propostas do PCP.
Entendemos que foi importante salvaguardar na lei este aspeto. Agora, nestas, como em tantas outras
matérias, importa que as salvaguardas passem da lei à vida das pessoas. Caso contrário, teremos leis que, na
teoria, consagram direitos, mas que, depois, na prática, não os garantem. É o que acontece aqui, com a Sr.ª
Deputada a invocar que não têm condições para garantir os retroativos aos professores. No entanto, isto
suscita-nos dúvidas, pois, em nosso entender, nós temos sempre condições. Inclusivamente, o nosso
orçamento para a educação corresponde mais ou menos ao mesmo que o Governo vai pagar, por exemplo,
com juros da dívida, no ano de 2013.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Pois é!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ora, o PCP entende que, por exemplo, em vez de pagarmos parte desses juros
da dívida, agiotas e ilegítimos,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — São opções!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … deveríamos pagar os compromissos que temos para com os docentes do
ensino superior.
Por isso, entendemos que as reivindicações que aqui trazem devem ser satisfeitas.
Quero também aproveitar esta oportunidade, uma vez que hoje discutimos neste Plenário matérias
relacionadas com a educação e com o ensino superior, para dizer e reafirmar que o PCP não aceita mais
cortes no ensino superior, nem na escola pública. É a qualidade da escola pública e um percurso de décadas
que este Governo está a pôr em causa. Ora, da parte do PCP, não contribuiremos, de forma alguma, para que
este desastre nacional, de destruição de um património riquíssimo, possa avançar.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Jorge
Santos.
O Sr. Rui Jorge Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por saudar os
peticionários aqui presentes.
A comunidade educativa e científica é, hoje, confrontada com uma série de medidas que colocam em
causa a sua estabilidade, a estabilidade dos respetivos vínculos laborais, a progressão na carreira e a eficaz
prossecução das suas atividades. Acresce a crise económica e um progressivo desinvestimento no ensino
superior.