3 DE MAIO DE 2013
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solidariedade social; pelo contrário, a dívida pública aumenta mais do que o previsto, a taxa de desemprego
aumenta mais do que o previsto e a recessão aumenta mais do que o previsto.
Sr. Deputado, acho que é sobre estas matérias que esta Assembleia tem que tomar posições, e aqueles
que foram eleitos/escolhidos pelo povo têm que tomar uma decisão sobre a estratégia futura do País. Por isso,
Sr. Deputado, queria confrontá-lo como uma das tabelas mais elucidativas do Documento de Estratégia
Orçamental.
Diz o Governo que o senhor apoia que, se tudo correr de acordo com o que está previsto pelo atual
Governo — e bem sabemos que o Sr. Ministro das Finanças é uma espécie de professor Caramba, pois não
acerta nem uma! —, em 2016, continuaremos a ter uma taxa de desemprego de 17,5%. Ou seja, daqui a três
anos, com tudo o que os senhores tencionam fazer, com um corte de 4700 milhões na despesa pública, a taxa
de desemprego mantém-se nos 17,5%.
Sr. Deputado, o que espero de si é uma resposta muito clara sobre se o seu compromisso como Deputado
eleito pelo povo é o de que, hoje, luta, faz finca-pé de que o seu objetivo de política é manter, daqui a três
anos, uma taxa de desemprego de 17,5%.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo, do PCP.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Reis, produzir mais para importar
menos é um dos objetivos deste debate.
Foram elencadas, da tribuna, pelo Deputado Francisco Lopes uma série de propostas concretas para
aumentar a produção em Portugal, substituir importações e criar condições para pagar a nossa dívida. O
senhor omitiu completamente este facto. Não se referiu nem a uma destas propostas.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Segunda questão: o senhor diz que o Governo até está a fazer aquilo que o
PCP propõe há dois anos — a renegociação da dívida. Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe que alterar
maturidades para parte da dívida, mantendo os juros, aceitando novas imposições de austeridade para, no
fundo, preparar aquilo que poderá vir a ser um segundo resgate não é a proposta do PCP,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — … não foi, não é nem será, seguramente, a proposta de renegociação do
PCP!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Que fique bem claro!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas o PSD tem utilizado o seguinte argumento — aliás, o Deputado Jorge
Paulo Oliveira falou nele: «Onde teremos dinheiro para pagar estas coisas todas?». Este é um argumento
recorrente, é um argumento com o qual os senhores ameaçam os portugueses, tentando criar o pânico no
País.
«Não há dinheiro» — um argumento falso, tão falso hoje, como era falso ontem. E o Sr. Primeiro-Ministro
até tem o descaramento de o utilizar. Utilizou-o ontem no 1.º de Maio, dizendo mais ou menos isto: «É pegar
ou largar», «É o caminho da troica ou não há dinheiro para pagar salários» — ameaçou o Primeiro-Ministro.
Protestos de Deputados do PSD.
Falso! Era falso em 2011, com Teixeira dos Santos! É falso com Vítor Gaspar!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!