3 DE MAIO DE 2013
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ambos os elementos estão desempregados e que têm de pagar impostos, que o Governo, desde o início de
2012, fez aumentar em 80%; no milhão de portugueses desempregados a quem o Governo não consegue
garantir qualquer apoio social; nos milhares de famílias que quando abrem o frigorífico, em vez de alimentos,
apenas veem as previsões e as folhas de Excel do Ministro das Finanças; nas pessoas que ouvem o Governo
falar de sinais positivos, mas que deixam de ir às consultas médicas porque não têm dinheiro. Seria bom que o
Governo parasse para pensar no serviço que anda a fazer.
Diz o Governo que é necessário continuar a cortar nas prestações sociais por causa da dívida, mas
esquece-se que, apesar dos cortes brutais a que tem procedido nas prestações sociais, a dívida não para de
crescer, o que, aliás, devia ser suficiente para o Governo perceber que este não é o caminho, que esta não é a
solução.
Mas o Governo recusa-se a aprender com os erros e quem leva com as consequências desta sórdida
teimosia são os portugueses, que empobrecem ao ritmo das sucessivas previsões do Ministro das Finanças.
Vieram os sacrifícios, veio a austeridade e os problemas continuam por resolver e a agravar-se de forma
dramática. Afinal, os sacrifícios não resolveram o problema do desemprego, não resolveram o problema da
dívida pública e não resolveram o problema da recessão económica.
E o Governo, indiferente às consequências e aos resultados, e continuando na sua caminhada cada vez
mais isolado, cada vez mais só, vem agora, mais uma vez, anunciar mais cortes nas prestações sociais, novo
aumento da idade da reforma e mais despedimentos na Administração Pública, ou seja, mais austeridade e
mais sacríficos para os mesmos.
Este Governo perdeu definitivamente a vergonha e virou literalmente as costas aos portugueses.
É que o bom senso exige que quando a receita falha se faça uma reflexão e se procurem alternativas. Mas
o Governo insiste na mesma receita e os resultados agravam-se. Tantos sacrifícios e, afinal, a situação está
pior, agravando-se de dia para dia.
É exatamente por isto que Os Verdes entendem que só nos resta um caminho. Esse caminho, como há
muito defendemos, começa pela renegociação da dívida, dos seus prazos, dos juros e dos seus montantes,
para depois nos virarmos para a produção nacional. Isto porque, se não produzirmos, não criamos riqueza. E
se não criarmos riqueza nunca teremos condições para pagar a dívida nem nunca ganharemos credibilidade
externa.
É também necessário travar as políticas que continuam a favorecer os grandes grupos económicos, como
as parcerias público-privadas ou as rendas excessivas do sector eletroprodutor. Mas também é preciso travar
as políticas fiscais que continuam a proteger os grandes interesses económicos.
Nesse sentido, acompanhamos os objetivos da iniciativa legislativa que agora discutimos. Não há volta a
dar, a mudança de políticas é inevitável. A continuar assim, não sairemos, certamente, da cepa torta!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder
Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quem estiver a assistir a este
debate, lá fora, em casa, vai perguntar «afinal o que é que se passa no Parlamento português?». Digo isto
porque, enquanto o País tem problemas graves de desemprego, sendo o mais grave de todos o do
desemprego jovem,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso, para resolver o problema, aumentou-se a idade de reforma…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … que é a parte da sociedade que deve ser olhada com atenção,
porque é a que pode ser o dínamo e o fator de desenvolvimento da sociedade e da economia, a que é que
assistimos? Da parte do Partido Socialista, ouvimos uma intervenção longa, exaustiva, em que se perdeu o fio
à meada. Da parte dos partidos de esquerda, ouvimos falar de políticas de esquerda, é certo, mas que seja
uma política patriótica tenho dúvidas. Porquê? Porque para ser, verdadeiramente, uma política patriótica era
importante que explicassem quais são as consequências das vossas propostas.