I SÉRIE — NÚMERO 84
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O Ministro Vítor Gaspar, com o Documento de Estratégia Orçamental, relegou para a irrelevância o
discurso do CDS, o discurso de Paulo Portas e as propostas sobre a economia. E só não relegou para a
irrelevância o Ministro Álvaro Santos Pereira porque ele já é irrelevante há muito tempo.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Diz o Sr. Deputado que não basta, que são proclamações de intenção
batermo-nos por uma nova Europa e por uma nova política.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Mas tudo isso faz a diferença, porque temos um Governo de braços caídos, subserviente em política
europeia, que não tem uma ideia para a Europa, e nós queremos um Governo que se bata por ideias, faça
concertação estratégica com outros países, defenda o nosso País no seio da União Europeia, e é isso que não
temos tido.
Aplausos do PS.
Por fim, Sr. Deputado, para terminar e respondendo à sua pergunta, naturalmente que reconhecemos
virtudes em muitas propostas apresentadas pelo Partido Comunista Português…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … e em todas elas poderemos convergir. Mas também, naturalmente,
face a outras ideias que são propostas, votaremos contra o projeto de resolução apresentado.
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah!… Tanta preocupação com o crescimento económico e o
emprego!…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Bem me parecia que era só conversa!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo por saudar o Partido
Comunista Português por ter trazido para discussão a necessidade de se procurar políticas alternativas que
sejam capazes de travar o declínio económico que as políticas do Governo PSD/CDS estão a acentuar de
forma muito preocupante, porque creio que a meio do mandato é já mais que tempo para o Governo perceber
que as politicas que tem vindo a impor ao País e aos portugueses se traduziram, afinal, num monumental
fracasso, num dramático desastre.
A meio do mandato, cada vez se torna mais evidente que as políticas deste Governo não estão a resolver
nenhum dos nossos problemas. Pelo contrário, as políticas deste Governo continuam a afundar o Pais e a
empobrecer os portugueses a um ritmo assustador: o desemprego não para de crescer, a recessão agrava-se,
o equilíbrio orçamental é, cada vez mais, uma miragem e os portugueses ganham menos, pagam mais
impostos e têm piores serviços públicos.
Aqui está o resultado da teimosia do Governo.
Seria bom que o Governo, a meio do mandato, parasse para pensar nos milhares e milhares de
portugueses que as políticas do Governo remeteram para o desemprego; nos milhares de famílias em que