3 DE MAIO DE 2013
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Neste período de 20 meses, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo, o Governo seguiu um caminho de
credibilidade, ao contrário do que disse da tribuna, de responsabilidade, de respeitabilidade no plano
internacional, como é perfeitamente reconhecido por todos, de resposta à urgência dos problemas no plano
financeiro e de resposta à emergência social.
Tínhamos consciência de que o caminho a percorrer era o mais difícil. A verdade é que não havia, nem há,
espaço para caminhos mais fáceis nem para propostas irresponsáveis. Ora, foi a isso que assistimos aqui
hoje, sem dimensão e sem perceber o que está em causa.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, a política de um governo, de um país,
faz-se de escolhas, mas de escolhas no quadro do possível, de escolhas no quadro da nossa realidade
enquanto País e não no plano da realidade virtual; de escolhas que, sendo difíceis, correspondem aos
superiores interesses de Portugal e dos portugueses.
Como vimos neste debate, os partidos de extrema-esquerda – percebeu-se isso claramente da parte do
Bloco de Esquerda e do PCP – defendem o incumprimento,…
O Sr. Honório Novo (PCP): — O Sr. Deputado é de extrema-direita?
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — … defendem políticas que também representam escolhas mas para um
outro modelo de sociedade. Foi isto que se percebeu hoje. É um modelo que os portugueses sucessivamente
têm rejeitado e são escolhas para um outro quadro ideológico.
Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.
Sr. Deputado Honório Novo, deixe-me falar agora do Partido Socialista. Ao Partido Socialista exige-se
mais, exige-se muito mais, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo, do que hoje aqui fez neste Plenário. O Partido
Socialista tem enormes responsabilidades no estado das contas públicas, como o senhor bem sabe.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E os senhores não têm?
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Sr. Deputado, ouvindo a sua intervenção, eu estava a pensar que, mesmo
sendo triste, tenho de lhe dizer que, não tendo estado à altura das suas responsabilidades, o Partido Socialista
não assume os erros do passado e não tem demonstrado uma genuína vontade de ajudar o País e os
portugueses; agora até tem orgulho no seu passado recente, que foi um desastre para o País. Não é tempo de
demagogia e hoje não estamos no Congresso do Partido Socialista.
Neste enquadramento, faço-lhe muito rapidamente algumas perguntas a que me parece importante que
responda hoje.
O PS, afinal, está do lado dos que defendem que Portugal tem de cumprir as suas responsabilidades ou
está do lado dos que defendem que Portugal não tem de assumir as suas responsabilidades?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — O PS vai ou não votar a favor do projeto de resolução do PCP? Pela sua
intervenção, Sr. Deputado, pareceu-me – posso estar enganado e, por isso, gostava que o esclarecesse – que
o PS iria votá-lo favoravelmente,…
Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o que devia fazer!