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I SÉRIE — NÚMERO 84

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milhões que vamos ‘tirar da cartola’ e que queremos uma nova Europa». E o PS chama a isso um pacote de

propostas!

Sr. Deputado, julgo que era importante o Partido Socialista consultar um dicionário da língua portuguesa e

perceber a diferença entre propostas e intenções. Sr. Deputado, ir à Europa dizer que «quero negociar os

novos juros, quero que os senhores usem» — como defendeu, há dias, na Comissão de Orçamento e

Finanças, o Deputado João Galamba — «a impressora para imprimir mais euros, quero que os senhores

renegoceiem as metas», Sr. Deputado, isso não são propostas, são intenções. Naturalmente, são bem-

intencionadas, mas são intenções. E, Sr. Deputado, quem já concretizou uma boa parte dessas suas

intenções foi o Governo,…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Cortes! Cortes! Cortes!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … que renegociou as metas e as maturidades, que usou o bom

capital que acumulou, com o esforço dos portugueses naturalmente, para renegociar com a Europa as bases

do programa de ajustamento que os senhores negociaram.

Depois, naturalmente também, estando na oposição, é legítimo que a grande solução para os problemas

do Partido Socialista seja um novo governo. Sr. Deputado, como muitos dos Deputados que se sentam aqui

nas bancadas da maioria ainda se lembram bem do último Governo do Partido Socialista, compreenda que

essa posição também não nos entusiasma por aí além…

O que gostaria de lhe perguntar, sabendo tudo aquilo em que não nos vamos entender, sabendo que não

vamos conseguir fazer aqui um grande pacto de regime sobre as medidas e as metas que os senhores

negociaram e que nós temos de cumprir, é se o Partido Socialista percebe ou não que, independentemente de

tudo o que nos separa, há matérias fundamentais para o País, matérias fundamentais para atingir as vossas

boas intenções, o crescimento, o emprego, o investimento, questões que têm a ver com a política fiscal que

temos hoje, que é absolutamente elevada e incomportável. E o Sr. Deputado tem de fazer essa justiça a esta

bancada, que nunca negou esse facto.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Vou terminar imediatamente, Sr. Presidente.

Ora, para aliviar essa carga fiscal, mas, ao mesmo tempo, com esse alívio, conseguir efeitos ao nível da

captação de investimento estrangeiro, precisávamos de uma redução fiscal no IRC que fosse para além das

próprias eleições, para além do próximo ciclo eleitoral. Está ou não o Partido Socialista disponível, sem termos

prévios, nos termos que o Governo, a maioria e o Partido Socialista conseguirem a encontrar, para uma

solução para o IRC a longo prazo?

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Estou mesmo a terminar. É a última frase, Sr. Presidente.

Assim e independentemente de quem sair das próximas eleições (os senhores querem que seja o PS e nós

não), se encontrarmos um acordo nesta Legislatura sobre o IRC, ele perdurará e, por isso, os senhores podem

trazer para Portugal o investimento estrangeiro, o crescimento e o emprego de que tanto precisamos.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Paulo

Figueiredo.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Sr. Deputado Michael

Seufert, quero agradecer a questão colocada e reconhecer que o Sr. Deputado está, de facto, numa posição

que não é fácil.