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I SÉRIE — NÚMERO 84

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O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — … só que este projeto de resolução implica rasgar o Memorando

acordado com a troica, implica rasgar os acordos internacionais.

Acho que era importante que desse essa resposta, pois não chega afirmar e reafirmar permanentemente,

lá fora, que se defende o rigor e as finanças públicas sustentáveis, não chega repetir sistematicamente que

pretendem cumprir os compromissos internacionais. Os portugueses têm o direito de saber como é que o

Partido Socialista pretende contribuir para a reforma do Estado e para a necessária redução da despesa

estrutural do Estado.

Uma resposta que também gostava de obter aqui, hoje, é durante quanto tempo mais vai o Partido

Socialista tentar passar pelo meio dos pingos da chuva, não explicando aos portugueses como se faz a

redução do peso do Estado na economia portuguesa ou se pretende, por outra via, aumentar mais impostos.

Penso que não é isso que quererá.

Há respostas muito claras que gostava de ver o Sr. Deputado e o Partido Socialista, hoje, aqui darem aos

portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr.ª Presidente, Caros e Caras Colegas, Sr. Deputado Afonso

Oliveira, muito obrigado pela pergunta que me fez, mas a pergunta a que cada português está hoje a

responder é muito simples. Cada português pergunta-se a si próprio: «estou hoje melhor do que estava há

dois anos? Estou hoje melhor do que estava há dois anos, quando acreditei nas promessas de Pedro Passos

Coelho?»

Protestos do PSD e do CDS-PP.

A esmagadora maioria dos portugueses já sabe a resposta.

Por isso é que a esmagadora maioria dos portugueses defende eleições antecipadas, defende que este

Governo está esgotado, defende que é necessária uma nova política, um novo Governo e um novo Primeiro-

Ministro.

A esmagadora maioria dos portugueses está hoje pior do que estava há dois anos. Os portugueses

empobrecem diariamente: são as falências, as insolvências, a recessão, a espiral recessiva, a queda da

procura interna, a queda do investimento, a consolidação orçamental a falhar, o desemprego a explodir e a

dívida pública a continuar a aumentar. Não há uma meta que o Governo tivesse apresentado e que possa

dizer que teve sucesso.

O PSD, o Governo e, em especial, o Sr. Primeiro-Ministro continuam com a sua teimosia, e, de teimosia em

teimosia, estão a cair no discurso do «orgulhosamente sós».

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Repito: estão a cair no discurso do «orgulhosamente sós» porque por

todo o País e por toda a Europa, todos os partidos políticos e os parceiros sociais já debatem políticas de

crescimento e de emprego e a necessidade de apostar na economia.

Até há semana passada, o PSD esteve completamente ausente deste debate. Na semana passada, foram

mais uns anúncios repetidos do Ministro Álvaro Santos Pereira e o PSD veio aqui, ao Parlamento, cavalgar

essa onda de anúncios …

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Isso é demagogia!

O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … e elogiar (coisa que o Sr. Deputado agora não fez) as propostas do

Partido Socialista, elogiar, pela voz do Sr. Deputado Paulo Batista Santos, o Secretário-Geral do Partido