25 DE MAIO DE 2013
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um período homólogo —, o défice subiu para 2548 milhões de euros. Sr. Primeiro-Ministro, este crescimento é
exatamente o valor que o senhor prevê cortar, taxar, aos reformados e pensionistas em dois anos.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Exatamente!
O Sr. João Semedo (BE): — Portanto, o Sr. Primeiro-Ministro sabe muito bem que não vai haver folga
nenhuma. Ou, dito de outra forma, o défice «comeu» a folga e o Orçamento gastou aquilo que o senhor ainda
não aplicou mas já decidiu que vai aplicar.
Por isso, a pergunta que lhe faço não é sobre se vai ou não aplicar esta taxa sobre as reformas e as
pensões em 2014 e em 2015, o que lhe pergunto é se, sim ou não, o Sr. Primeiro-Ministro não está já a pensar
em antecipar a sua aplicação para 2013, face aos resultados da execução orçamental.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, o senhor exibe já um certo interesse em poder
antecipar mais desgraças! Não há mais desgraças nenhumas para que o Sr. Deputado se possa comprazer no
Parlamento.
Protestos do BE.
Não há nenhuma folga do ponto de vista da trajetória para o défice público; o que existe — e o Sr.
Deputado fez confusão — é a sugestão de medidas alternativas que nos permitem chegar aos mesmos
resultados. Não é folga, Sr. Deputado! Nós não vamos fazer mais do que aquilo que é preciso em matéria de
consolidação; o que colocámos à discussão, nomeadamente com a troica, foi um leque de alternativas mais
diversificado para podermos cumprir as metas que ficaram acordadas. Isso não representa folga, Sr.
Deputado,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Que grande confusão!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … significa que estamos empenhados em encontrar um menu de alternativas
que possa ser, do ponto de vista social, mais aceitável e desejável. É disso que estamos a falar.
Quero, portanto, dizer ao Sr. Deputado — não vá alguém, por eu não dizer que não, ainda atribuir
credibilidade à afirmação do Sr. Deputado — que não vamos antecipar para 2013 quaisquer medidas, além
das que já estão previstas. Não há nenhuma medida sobre pensões que vá ser antecipada para 2013.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quero ainda dizer, porque o Sr. Deputado voltou a insistir, aliás, como outros Srs. Deputados, na questão
da execução orçamental, que a execução orçamental dos quatro primeiros meses do ano está abaixo dos
limites que estão previstos com a troica.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Abaixo dos limites previstos, Sr. Deputado, o que significa que, se
continuarmos como nestes quatro primeiros meses, iremos cumprir os objetivos em matéria de défice
orçamental.
Em segundo lugar, Sr. Deputado, havia muito quem considerasse que a execução orçamental de 2013
mostraria o irrealismo do Governo e que o Governo cairia nos primeiros três meses.
Sr. Deputado, os maus profetas continuam a anunciar desgraças inexistentes.