I SÉRIE — NÚMERO 94
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Estes são os objetivos fundamentais que constarão dessa carta de missão que o Governo está a ultimar
relativamente à Caixa Geral de Depósitos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Nuno Magalhães, faça favor.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, creio que, na sua resposta, foi
muito importante que tenha ligado esta medida do crédito fiscal extraordinário à conclusão do sétimo exame
regular. Isso, certamente, dará a algumas bancadas desta Câmara a exata medida da importância para
Portugal, que tem de cumprir com os compromissos externos, ter avaliações positivas e aqueles que não
compreendem essa importância — não para esta maioria, não para este Governo — para o País ficarão
certamente bem elucidados quanto a esta matéria.
Outra questão que gostaria que o Sr. Primeiro-Ministro respondesse, se tiver oportunidade, tem a ver com
o Conselho Europeu que se realizou nesta semana e que, de entre várias matérias importantes que abordou,
tratou da política energética. E nós sabemos que não só para os consumidores, mas para as empresas
portuguesas, é muito importante que também possamos ser competitivos em matéria energética.
Evidentemente, não vou perguntar-lhe sobre as matérias que foram discutidas nesse mesmo Conselho
Europeu, mas sabemos que, apesar das medidas e do esforço feito pelo Governo, a dependência externa
energética de Portugal é ainda significativa, nomeadamente com Espanha e com o MIBEL (Mercado Ibérico de
Eletricidade). Por isso, ainda temos algum excesso, para não dizer bastante excesso, ao nível das rendas da
energia.
Sr. Primeiro-Ministro gostaria de saber, dentro do possível, se, neste Conselho Europeu que discutiu
precisamente matérias energéticas, pode haver esperança, nomeadamente, na resolução de um problema
fundamental, que é o da ligação de Portugal e, sobretudo, da Península Ibérica ao resto da Europa,
nomeadamente para além dos Pirenéus.
Creio que é matéria essencial e estruturante para o crescimento, para a competitividade e para o emprego
no nosso País.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs.
Ministros, Srs. Secretários de Estado, de facto, Sr. Primeiro-Ministro, sempre afirmámos nesta maioria que a
consolidação orçamental, a estabilização do sistema financeiro e a recuperação das condições de
financiamento da nossa economia, o equilíbrio da balança comercial e todo o trajeto que já percorremos para
poder regressar a mercado eram condições para podermos recuperar a nossa soberania plena em junho de
2014, mas todo este enquadramento de estabilização financeira era, e é, um pressuposto, um alicerce da
abertura de um novo ciclo de crescimento económico com mais investimento e com mais criação de emprego.
O mesmo se diga, Sr. Primeiro-Ministro, das reformas estruturais, desde a reestruturação dos serviços
públicos a muitas outras do ponto de vista setorial, com especial destaque para aquelas que, na justiça,
também favorecem a atividade económica e o crescimento da economia.
Como já aqui se disse, Sr. Primeiro-Ministro, as medidas que ontem foram apresentadas e aprovadas, de
estímulo ao investimento, são, pois, um complemento desta estratégia que, desde o início, o Governo e esta
maioria vêm delineando e vêm concretizando.
São, de facto, medidas fundamentais que se juntam à estratégia de crescimento económico, criação de
emprego e fomento industrial que o Governo apresentou há algumas semanas e que se juntam a outras
decisões, também já aqui referidas, como o IVA de caixa ou esta nova missão da Caixa Geral de Depósitos
mais direcionada para liderar o crédito à economia e, em especial, às pequenas e médias empresas.