I SÉRIE — NÚMERO 98
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Esta semana soubemos que abriram 77 das 1169 camas de unidades de cuidados continuados já
disponíveis. Tudo parado!
Idosos que ficam em casa porque não têm dinheiro para os transportes, que subiram sem qualquer tipo de
preocupação social; idosos que não compram os medicamentos de que precisam porque o Governo lhes
retirou rendimentos; idosos que são retirados dos lares para casa dos filhos e que não vão ao centro de saúde
porque não têm como pagar a taxa moderadora ou o simples transporte.
Com esta política, [Imagem ] houve menos 300 000 consultas médicas no último ano e os idosos que ainda
têm uma pensão são obrigados a passar dificuldades para ajudar os filhos desempregados e os netos que
estão a estudar. Idosos que não sabem com que valor de pensão podem contar no próximo mês, os idosos
que são as principais vítimas da saga do Governo contra tudo o que existe.
Fecham postos dos CTT — só nesta semana foram 110 em todo o País —, onde os idosos recebem as
suas reformas, extinguem freguesias onde o presidente da junta é muitas vezes a última ajuda, querem
encerrar tribunais, diminuem as respostas na proteção social, na saúde e na educação.
Crianças que são retiradas do pré-escolar por falta de recursos dos pais, criando desigualdades com
consequências futuras.
Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, querem fechar o País, mas os portugueses irão dar a resposta e mais
depressa despejam este Governo por incompetência do que deixam destruir Portugal por completo.
Aplausos do PS.
Que Governo é este que tem um Primeiro-Ministro que, em plena campanha eleitoral, disse que não iria
aumentar os impostos e nos coloca, hoje, perante o maior aumento da carga fiscal da história?
Que Governo é este que tem um Primeiro-Ministro que disse que era um disparate cortar o 13.º mês e não
teve qualquer problema em propô-lo?
Que Governo é este que tem um Primeiro-Ministro que assegurou que não haveria despedimentos na
função pública e se prepara para despedir mais de 30 000 portugueses? [Imagem ]
Aplausos do PS.
A concretizar-se este despedimento, trata-se — e a maioria PSD/CDS-PP fica ligada a ele — do maior
despedimento coletivo da história nacional. E nem coragem têm para assumir que é um verdadeiro
despedimento que está em cima da mesa. Falam em requalificação durante 12 meses, mas todos sabemos
que é uma requalificação para o desemprego.
Os funcionários públicos têm hoje a incerteza como regra da sua vida. Não sabem o seu futuro e só
recebem mensagens de desmotivação. Portugal precisa de uma Administração Pública motivada, credível,
moderna, capaz de responder aos desafios futuros, mas não é com despedimentos em massa que o
conseguirá.
Talvez o Primeiro-Ministro não se importe muito, nem os mais de 4500 nomeados pelo Governo para os
seus gabinetes, mas os portugueses, sim, preocupam-se com o desemprego, os portugueses estão
preocupados com o seu próprio futuro.
A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Muito bem!
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Um Primeiro-Ministro que faltou à palavra dada aos eleitores e que de
Orçamento em Orçamento vai reproduzindo uma política e uma receita que falhou. Que de Orçamento em
Orçamento aplica um plano político que o povo não sufragou. Uma política, aliás, duplamente errada que tem
consequências negativas no presente e deixará um futuro mais difícil para Portugal.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Um milhão de portugueses sem oportunidades. As políticas de
destruição da nossa economia levaram a este desastre social. Atiraram para o desemprego mais de 278 000
desde que tomaram posse. Portugal perdeu 460 000 postos de trabalho com o Governo PSD/CDS.
Portugueses que produziam, criavam riqueza, pagavam impostos e que agora estão nas filas dos centros de
emprego. Nunca houve um período de destruição de emprego como nos últimos dois anos. [Imagem ]