I SÉRIE — NÚMERO 98
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O Partido Socialista tem dito que só com outro caminho é que será possível sair da situação em que este
Governo nos colocou:…
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Qual?!
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — … parando o aumento da austeridade; promovendo o mercado interno,
reduzindo o IVA da restauração e criando programas de requalificação urbana; aumentando as pensões mais
baixas, sim, não diminuindo o complemento solidário para idosos, e aumentando o salário mínimo em
concertação social; prolongando o subsídio social de desemprego para aqueles portugueses desempregados
que não têm qualquer outro tipo de rendimento; criando um programa de emprego em atividades que
correspondam a necessidades locais, com financiamento comunitário; criando um programa de recrutamento e
formação de jovens, ao abrigo do programa Iniciativa Jovem, aprovado pela União Europeia.
O que queremos é promover a economia, o emprego e a inclusão social. Infelizmente, para Portugal e os
portugueses, nada disto está no Orçamento retificativo nem em nenhum documento estratégico do Governo.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — É falso!
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — Sr.as
e Srs. Deputados, os portugueses sabem já que há alternativas, que
há um outro caminho e que há um novo rumo para Portugal.
Aplausos do PS.
Durante a intervenção, foram projetadas imagens, que podem ser vistas no final do DAR.
A Sr.ª Presidente: — Ainda para intervir, na abertura do debate, pelo Governo, tem a palavra o Sr. Ministro
da Economia e do Emprego.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego (Álvaro Santos Pereira): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Contrariamente ao que ouvimos na intervenção anterior, não há, decerto, nesta Casa, quem quer
que seja que possa invocar o exclusivo da preocupação ou da sensibilidade sociais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
E a preocupação com o aumento do número de portugueses que perdem o seu emprego não é um
exclusivo dos partidos da oposição.
Mas, tal como a preocupação com os números do desemprego é transversal a todos, também a
responsabilidade de contribuir para o combate a estes números é de todos e de cada um de nós.
Sabemos que o desemprego é o principal problema social do nosso País e a nossa maior preocupação.
Porém, ninguém de boa-fé pode pensar que, após anos e anos de políticas erradas, de um crescente
endividamento da economia portuguesa e, ainda por cima, num ambiente da maior crise financeira
internacional, desde a Grande Depressão, fosse possível inverter, de um momento para o outro, a
pronunciada trajetória de crescimento do desemprego, da última década. Desemprego crescente que foi
resultado direto de políticas erradas, do endividamento galopante e de problemas de competitividade que não
foram resolvidos a tempo. Aliás, problemas que não foram resolvidos pelo partido e pelo Governo do Sr.
Deputado Miguel Laranjeiro, que aqui fez a sua intervenção, partido e Governo, esses, que mostraram muito
claramente que quem virou as costas aos portugueses, quem criou o problema da dívida, quem criou a dívida
alargada, quer ao nível interno, quer ao nível externo, não foi, certamente, este Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Para combater a subida estrutural do desemprego, o Governo tem vindo a contrapor às inevitáveis medidas
de consolidação orçamental várias reformas económicas fundamentais, bem como um conjunto de medidas