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I SÉRIE — NÚMERO 98

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O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — O Sr. Deputado referiu ainda a questão do crescimento

Admito que o Sr. Deputado não tenha visto o relatório que saiu hoje, de manhã, do Instituto Nacional de

Estatística (INE), mas vou só ler alguns títulos dos vários itens: «Produto Interno Bruto diminuiu 4,0% (…)» —

sempre acima de qualquer previsão do Governo! — «(…) 1.º Trimestre de 2013»;…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Que rico crescimento!

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — … «Procura interna diminuiu 6,3%»; «Consumo privado diminuiu 4,3%»;

o investimento — o Sr. Deputado disse que agora é que vai começar a fase do investimento!? —, no 1.º

trimestre deste ano, caiu como nunca, caiu 16,8%; as exportações nem sequer aumentaram; e o emprego —

lá voltamos nós ao emprego! — teve uma diminuição de 5,2%.

Em dois anos de Governo, os senhores destruíram — não criaram, destruíram — 460 0000 postos de

trabalho!

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Quase meio milhão!

O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — E sabiam que isso ia acontecer. Foram avisados que isso ia acontecer.

O Sr. Deputado diz que o rumo do Governo é conhecido. Pois, é conhecido, esse é o nosso problema! E

não é só o nosso problema, é o problema de milhões de portugueses, porque é um rumo para a desgraça. É

um rumo para mais desemprego, é um rumo para mais falências, é um rumo para mais exclusão social.

O que é preciso é parar a austeridade, estabilizar a economia e criar condições, aí sim, para o crescimento.

Não é com cortes de 4600 ou de 4800 milhões de euros na economia que vão criar mais emprego. Não!

Deixe-me terminar dizendo-lhe que é preciso credibilidade na política.

Referi da tribuna que o Primeiro-Ministro disse que não ia haver despedimentos na função pública e, hoje,

sabemos que vai haver despedimentos na função pública.

Quero recordar uma frase dita não na campanha eleitoral, mas aqui — aliás numa resposta do Sr. Primeiro-

Ministro à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia. Disse o Sr. Primeiro-Ministro aqui, nesta Casa: «Diz a Sr.ª

Deputada que vai haver despedimentos na função pública. Não vai haver despedimentos na função pública.

Não está no Programa do Governo, não está na nossa intenção, não vamos fazê-lo». O que é que o Sr.

Deputado tem a dizer sobre isto?!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para fazer perguntas ao Sr. Ministro da Economia e do Emprego, os

Srs. Deputados Ana Drago, do Bloco de Esquerda, Nuno Sá, do PS, José Luís Ferreira, de Os Verdes, Jorge

Machado, do PCP, Hélder Amaral, do CDS-PP, Pedro Delgado Alves, do PS, Rita Rato, do PCP, e Miguel

Freitas, do PS.

O Governo informou a Mesa que o Sr. Ministro responderá conjuntamente aos três primeiros Srs.

Deputados, depois, de novo, em conjunto aos três seguintes Srs. Deputados e depois, também em conjunto,

aos restantes dois Srs. Deputados.

Tem a palavra, para fazer perguntas, a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia e do Emprego, o Sr. Deputado Miguel

Laranjeiro acabou de rememorar os dados que foram hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística:

uma queda de 4% do PIB, numa comparação homóloga, se estivermos a falar das estimativas para o 1.º

trimestre de 2013; uma queda homóloga de 16,8% no investimento; e uma perda de 100 000 empregos, entre

o final de 2012 e os primeiros três meses de 2013.

É uma espécie de estratégia de choque e pavor na economia nacional. Sr. Ministro, é mesmo caso para

dizer que pior era difícil. É certo que a história universal tem dado casos de que certamente é possível destruir

um país, mas, para destruir um país com este ritmo, com esta rapidez, é mesmo preciso ter convicção de que

é necessário destruir o País e a economia nacional, é mesmo preciso querer, ter persistência, ter vontade,

para criar estes números de desemprego e estas quedas sucessivas na produção da riqueza!