6 DE JUNHO DE 2013
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Portanto, é caso para lhe dizer que se destaca e vai certamente ter um lugar na História. O Sr. Ministro,
enquanto desempenha as suas funções, tem sucessivamente quebrado recordes, recordes que abarcam não
só o século XXI mas também o século XX: taxas de desemprego históricas; uma recessão, portanto, a queda
continuada de todos os indicadores da economia que são relevantes para o bem-estar do País; e também uma
queda nunca vista, histórica, desde que há registo, desde 1960, nos indicadores de investimento. Quebrou
esse recorde em 2011, continuou a quebrá-lo em 2012 e, agora, temos as estimativas para 2013. Nunca antes
o País, desde que há registo estatístico, tinha tido uma queda tão acentuada no investimento!
Portanto, Sr. Ministro, queria chamar a sua atenção para a revisão das estimativas que foram agora
apresentadas para o Orçamento retificativo.
No início deste ano, com o Orçamento do Estado para 2013, previa-se uma queda no investimento na
ordem de 4,2%. Agora, com os novos dados que foram apresentados no Orçamento retificativo, que deu
entrada nesta Assembleia no dia 1 de junho, há uma queda de 7,6% no investimento previsto para 2013.
Ora, há 12 dias, houve uma conferência de imprensa histórica. O Sr. Ministro da Economia e o Sr. Ministro
das Finanças juntaram-se numa mesma mesa e apresentaram um conjunto de medidas que, diziam, eram
fundamentais para permitir o investimento em 2013. O Sr. Ministro da Economia dizia que era um dia muito
importante para o nosso País e o Sr. Ministro das Finanças dizia que, sem estas medidas, se esperava que o
crescimento caísse em 2013.
Ora, o que eu não consigo entender é como é que estas medidas são apresentadas antes do Orçamento
retificativo e, contudo, os novos dados do Orçamento retificativo preveem uma queda ainda maior do
investimento para 2013.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Portanto, como o Sr. Ministro é um académico, gostava que nos explicasse — e certamente terá
disponibilidade para o fazer — como é possível combater o desemprego e a recessão económica em Portugal
com uma queda de investimento histórica, nunca antes vista, desde que em Portugal há registo estatístico
sobre o investimento na economia.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PS.
Sr. Deputado Nuno Sá, faça favor.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Sr.ª Secretária e Srs. Secretários de Estado, a
intervenção política do Sr. Ministro da Economia e do Emprego, bem como a da bancada do PSD são
elucidativas, deveriam era retirar consequências do que disseram.
Nós nunca pensámos que o Governo, ao longo dos últimos dois anos, estivesse preocupado com o
desemprego, muito menos com o flagelo social que ele representa e menos ainda com o crescimento
económico. Mas, se é verdade aquilo que aqui disseram, tirem consequências, porque basta ver, Sr. Ministro,
os números do desemprego e basta ver, Sr. Deputado Adriano Rafael Moreira, os números da recessão
económica.
Portanto, sejam consequentes com as prioridades que definem, que não conseguem atingir e que atestam
a vossa incompetência!
Sr. Ministro, queria ainda dizer-lhe que os Deputados do Partido Socialista estiveram em todos os distritos
a contactar com a realidade, com as instituições sociais, e verificámos, num dos distritos mais jovens do País,
o flagelo que é o desemprego jovem em Portugal. VV. Ex.as
têm que saber, porque parece que não sabem,
que existem 175 000 jovens desempregados em Portugal. O desemprego jovem tem vindo a aumentar
sucessivamente. São 42,5% a taxa de desemprego jovem, em Portugal.
O Sr. Ministro e o Sr. Primeiro-Ministro definiram o programa Impulso Jovem, que visava abranger 90 000
jovens. «Até ao verão deste ano, 45 000!», diziam O Sr. Ministro até fez uma versão aditivada, uma versão