6 DE JUNHO DE 2013
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para o crescimento, o investimento e a empregabilidade. Medidas que, embora nem sempre beneficiem da
visibilidade mediática que é dada a outros temas, não deixam de ser bem aceites e defendidas por aqueles a
quem se destinam em primeiro lugar — as empresas, sobretudo as pequenas e as médias, e os seus
trabalhadores. E os parceiros sociais, com quem temos dialogado desde o primeiro dia, sabem que é assim.
As nossas propostas e as nossas medidas têm sido alvo de um apoio claro por parte dos nossos parceiros
europeus, como ainda na semana passada pude constatar em Bruxelas e em Paris, numa conferência sobre o
crescimento e o emprego, aberta pelo Presidente François Hollande, e depois, quando fiz uma intervenção,
num seminário promovido pela OCDE.
É, de facto, um novo discurso que se abre na Europa, pelo qual sempre nos batemos, em que o
crescimento, o financiamento das PME e o incentivo ao investimento, como forma de criar emprego, se juntam
à imperiosa necessidade de consolidação orçamental. Se é claro que não podemos crescer sem ter as contas
em ordem, não é menos verdade que sem investimento, sem financiamento e sem qualificações reais não
podemos crescer de forma sustentada e criar um futuro melhor para as gerações futuras.
Internamente, também falámos com todos os partidos políticos e parceiros sociais acerca do nosso
memorando para o crescimento, o fomento industrial e o emprego. A todos solicitámos contributos e não
estamos, evidentemente, fechados a nada, porque o que nos move é o interesse nacional e não quaisquer
taticismos político-partidários de ocasião.
Neste sentido, é importante obter consensos de regime entre os principais partidos do arco da governação
em torno da competitividade fiscal, da aposta no sistema dual e no ensino profissional, bem como do
financiamento das nossas PME.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Temos presentes os dados do desemprego no nosso País, bem
como no âmbito da União Europeia. Só na União Europeia, o Eurostat estima que há cerca de 26,5 milhões de
pessoas desempregadas, das quais 19 milhões são na zona euro. Só no último ano, o desemprego na zona
euro subiu e atingiu mais 1,6 milhões de pessoas.
Obviamente, estes são números não só muito preocupantes, mas também, e acima de tudo, inaceitáveis
para a Europa.
Englobada a realidade nacional nestes dados dos países da União Europeia, assumimos o presente
contexto como particularmente adverso e com repercussões em muitos países da União.
Como disse, não escondemos o flagelo socioeconómico que representa o desemprego, bem pelo contrário.
Por isso, o combate ao desemprego está, e continuará, a ser feito, assente em três grandes pilares: em
primeiro lugar, as políticas ativas de emprego; em segundo lugar, a formação profissional e a aposta no
sistema dual de aprendizagem; e em terceiro lugar, incentivos ao investimento.
Em relação às políticas ativas de emprego, é importante referir que o número de abrangidos pelas medidas
de emprego e formação profissional ultrapassou as 570 000 pessoas, em 2012 (um aumento de 10,7% em
relação ao mesmo período de 2011), e o número de abrangidos em formação profissional rondou os 398 000,
em 2012.
Desde fevereiro de 2012 até ao dia 26 de maio deste ano, foram convocados mais de 340 000
desempregados subsidiados, dos quais 271 000 foram integrados em ações de formação profissional ou em
medidas de emprego e cerca de 16 000 foram colocados em ofertas de emprego.
No âmbito dos estágios Passaporte Emprego (PE), foram registadas cerca de 4219 candidaturas com
parecer positivo, entre agosto de 2012 e 26 de maio deste ano, o que corresponde a mais de 5000 estágios
profissionais. Registou-se recentemente um aumento significativo, tanto no número de candidaturas
apresentadas como no número de estágios propostos, devido às alterações substantivas efetuadas nestas
medidas, nomeadamente, por via do seu alargamento aos desempregados sem duração mínima de inscrição
no IEFP, à região de Lisboa e Vale do Tejo, às autarquias locais e aos estágios de acesso a títulos
profissionais.
Por seu turno, a medida Estímulo 2013 permitiu que, entre 14 de abril de 2013 (data da sua entrada em
vigor) e 26 de maio, fossem criados cerca de 7500 postos de trabalho, que resultaram em cerca de 4000
colocações. Durante a vigência da medida Estímulo 2012, foram criados cerca de 22 000 postos de trabalho,
tendo sido colocados mais de 15 500 desempregados.
A medida de apoio à contratação via reembolso da TSU deu azo a mais de 2700 postos de trabalho,
criados entre agosto de 2012 e 26 de maio último, nos quais foram colocados mais de 1500 jovens.