6 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Jorge Machado (PCP): — Entre 2007 e 2013, foram destruídos, no nosso país, 702 000 postos de
trabalho. Só o Governo PSD/CDS-PP foi responsável pela destruição de 460 000 destes postos de trabalho. O
ritmo de destruição do emprego acelera à medida que vão executando as medidas do pacto de agressão…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — … e, hoje, temos 1,5 milhões de trabalhadores desempregados, tendo em
conta os inativos e os desmotivados que estão efetivamente desempregados.
O desemprego jovem ultrapassa os 50% e temos hoje uma realidade dramática, com o aumento da
emigração, da pobreza e da miséria.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Apenas 420 000 trabalhadores desempregados recebem o subsídio de
desemprego, em 1,5 milhões de desempregados!
Portanto, se tivesse efetivamente como preocupação o combate ao desemprego, o Governo não poderia
avançar, por exemplo, com medidas muito concretas como o maior despedimento coletivo da história do nosso
país. São cerca de 30 000 os trabalhadores da Administração Pública que se preparam para despedir!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Ministro, há uma questão de fundo: não se pode estar com o pacto de
agressão, com o Memorando de Entendimento, e dizer que se quer combater o desemprego. Não se pode
dizer que se quer combater a exclusão social e, ao mesmo tempo, dizer que o Memorando é para cumprir.
O PS padece do mesmo mal: diz uma coisa e o seu contrário!
Protestos do PS.
Ou se está com um ou se está com outro, ou uma coisa ou outra, e, utilizando aqui uma expressão popular,
eu diria que o Memorando é «a mãe de todos os males».
Sr. Ministro, bem pode anunciar aqui medidas de retórica, de propaganda, porque a verdade é que cada
medida do Memorando de Entendimento executada representa mais desemprego, mais miséria, mais pobreza.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Portanto, não há investimento público, não há dinamização do mercado
interno, não há solução, com este Memorando de Entendimento!
A questão que queria colocar-lhe — que serve também, acessoriamente, para o Partido Socialista — é a
seguinte: em que medida é que está efetivamente preocupado com o combate ao desemprego?
É que, se estiver, terá de dizer, frontalmente: «não queremos este Memorando de Entendimento».
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — O próximo pedido de esclarecimentos vai ser formulado pelo CDS-PP. Para o efeito,
tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.
Ministro da Economia e do Emprego, gostava de lhe fazer algumas perguntas concretas para que me pudesse
ajudar a esclarecer a Câmara e os portugueses sobre o caminho que o Governo percorreu numa dificuldade
que é reconhecida por todos, num drama social que se chama o desemprego.
Mas antes queria dizer, Sr. Ministro, que a interpelação do Partido Socialista cheira a uma dor e a um peso
de consciência indisfarçáveis.