6 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, começo por responder,
em primeiro lugar, às questões formuladas pela Sr.a Deputada Ana Drago.
É verdade que o investimento tem tido um comportamento bastante negativo, e isso deve-se a vários
fatores. Ora, foi exatamente pelo facto de o investimento ter vindo a cair, nos últimos tempos, nos últimos
anos, que decidimos avançar com as medidas mais arrojadas da nossa história recente para estímulo do
investimento.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isso é superpropaganda!
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Se avançámos com o supercrédito fiscal para
estimularmos o investimento já; se avançámos com o alargamento e a prorrogação do Regime Fiscal de Apoio
ao Investimento, e alargámos o âmbito desse mesmo regime fiscal até 2017; se diminuímos os prazos que
eram precisos para conseguirmos avançar com mais investimento contratualizado; se conseguimos criar — e
foi nesse mesmo dia que a Sr.ª Deputada referiu — o apoio a investidores estrangeiros, na Autoridade
Tributária (Gabinete Fiscal de Apoio ao Investidor Internacional), e se avançámos com várias medidas para o
combate à burocracia, no âmbito do investimento, foi exatamente por isso.
Foi exatamente por isso que levámos a cabo uma reforma importantíssima, aprovada por esta Câmara, no
ano passado, que foi a reforma do sistema da indústria responsável (Programa de Indústria Responsável), ou
seja, não podemos dar-nos ao luxo de termos alguns burocratas, de termos burocracia, de termos
procedimentos excessivos a travarem o investimento do nosso país.
Precisamos de investimento para voltar a crescer e a criar emprego. Portanto, estou perfeitamente de
acordo com a Sr.a Deputada em que este tem de ser o momento do investimento e temos de ter medidas
muito fortes para esse mesmo investimento.
Mas a Sr.a Deputada esqueceu-se de referir um ponto importantíssimo e que também tem muito a ver com
o combate ao desemprego, que é o financiamento das nossas PME.
Já disse várias vezes nesta Câmara que temos em Portugal, neste momento, duas grandes emergências:
uma é o desemprego e outra é o financiamento das nossas PME — as duas estão intrinsecamente
relacionadas.
Na Grande Depressão dos Estados Unidos da América houve uma contração de crédito de 25%. Ora,
neste momento, sabemos que, nos países mais afetados da União Europeia, a contração de crédito para as
PME — não só em Portugal, mas também noutros países — se situa já entre 15% e 20%, ou seja, há uma
contração de crédito muito grande.
Sabemos o que se passou na Grande Depressão e o impacto que essa contração de crédito teve no
desemprego e é isso que também se está a passar na União Europeia.
É por isso mesmo que Portugal se está a bater, quer internamente quer no palco europeu, falando com os
seus parceiros europeus, porque é preciso relacionar as duas questões. E foi importante, no debate que
aconteceu na outra semana em Paris e em Bruxelas, ver vários ministros das finanças, ministros do trabalho e
o próprio Presidente Hollande a relacionarem os dois fenómenos.
Não podemos combater o desemprego se as nossas PME não tiverem crédito, não podemos combater o
desemprego se as nossas PME continuarem a enfrentar spreads com a atual magnitude. E é exatamente por
isso que, ainda esta semana, como já disse, vamos dar o exemplo com a linha de crédito PME Crescimento,
alargando maturidades e baixando spreads, para o Estado, naquilo que podemos, dar o exemplo aos restantes
bancos e instituições financeiras de baixa de spreads às nossas PME e aumento do crédito à economia.
Passo agora a responder às questões suscitadas pelo Sr. Deputado Nuno Sá, sobre o desemprego jovem.
Perguntou, e bem, sobre os resultados do Programa Impulso Jovem. Sr. Deputado, contrariamente a governos
anteriores, nós, com os parceiros sociais, fazemos avaliação dos nossos programas, e, se os programas não
estão a correr bem, revemos esses programas.
Já revimos o programa há dois meses e agora estamos a fazer uma grande simplificação desse programa,
que será apresentada em breve e que já está aprovada em resolução de Conselho de Ministros.
Essa simplificação irá dar aso não só a uma redução drástica das medidas ativas, condensando
exatamente os estágios-emprego, condensando todas as medidas em relação aos estágios, ou seja,
simplificando, para melhorar também a divulgação.