20 DE JUNHO DE 2013
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — E vamos consultar as ofertas de emprego do IEFP, para ver se o Sr.
Deputado concorda com isto.
«Técnico de recursos humanos, Licenciatura, Contrato a termo, 550 € ilíquidos»; «Controlador de qualidade
— Metalomecânica, Licenciatura em engenharia, Contrato a termo, 600 € ilíquidos»; «Desenhador criador
industrial (com uma extensa exigência, do ponto de vista da formação), Contrato a termo, 650 € ilíquidos»;…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
… «Engenheiro técnico (…) 650 €»; «Professor do 1.º ciclo (…)»…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, podem dizer os apartes que quiserem, porque esta é a realidade e está expressa no IEFP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Continuando: «Professor do 1.º ciclo (…) 650 € ilíquidos»; «Economista,
Contrato a termo (precário!), 550 € ilíquidos».
São estes salários de miséria que se estão a espalhar pelo nosso País para jovens licenciados.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E, se isto é para jovens licenciados, imaginem o que será para os menos qualificados!…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — São salários de miséria e trabalho precário,…
Protestos do CDS-PP.
… por muito que tentem reclamar e interferir na nossa intervenção.
Sr. Presidente, peço desculpa, mas há limites e, portanto, peço alguma contenção nos apartes.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, criem condições para o Sr. Deputado se fazer ouvir.
Queira concluir, Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, não me importo com os apartes, mas há limites.
Dizia, então, que, efetivamente, o pouco emprego que existe é precário e tem salários de miséria, em
resultado das opções políticas deste Governo.
Sr. Deputado José Manuel Canavarro, há um aspeto que é fulcral e que é ainda mais grave. É que até a
esperança querem roubar à juventude!
O Sr. Deputado, com certeza, pelas iniciativas do Parlamento Jovem e pelos contactos que tem, pode
constatar, aliás, como todos constatamos que imensos jovens não acreditam nos estudos, não querem nem
vão para o ensino superior e dizem que não vale a pena estudar, porque vão para o desemprego; outros
dizem que vão emigrar, assumem claramente, como seu projeto de vida, a emigração, porque não acreditam
no futuro no seu próprio País. É esta a consequência da política de direita do seu Governo, que tira a
esperança aos jovens.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.