I SÉRIE — NÚMERO 107
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 137/XII (2.ª).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vamos passar ao voto n.º 140/XII (2.ª) — De congratulação pela classificação da Universidade de Coimbra,
da Alta e da Sofia como Património da Humanidade (PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes), que vai ser
lido pelo Sr. Secretário Duarte Pacheco.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«A Universidade de Coimbra foi, ao longo dos séculos, um referencial da cultura portuguesa, da língua
portuguesa e da ciência, por ela tendo passado muitos dos vultos que deixaram marcas da Europa e de
Portugal por todo o mundo, marcas que — durante a própria conferência da UNESCO que deliberou a
inscrição na lista de Património da Humanidade — foram entusiasticamente lembradas pelas delegações de
todos os países que constituem o Comité para o Património Mundial. Foi esta história de uma instituição que
espalhou e continua a espalhar Portugal pelo mundo, conjugada com o vasto e rico conjunto patrimonial que a
Universidade foi deixando na própria cidade de Coimbra que a UNESCO agora reconheceu de forma clara e
unânime.
Constituída por edifícios de valor incalculável para a nossa memória coletiva, como é o caso da Biblioteca
Joanina, esta Universidade transformou Coimbra numa cidade de índole académica, assente na tradição e
ousadia estudantis que continuam, nos dias de hoje, a juntar milhares de pessoas em volta do seu
conhecimento. A sua importância nacional e internacional confunde a sua história com a história do nosso
País, não apenas por força do seu papel de formador cultural e espaço de saber universal, mas também por
ter representado em momentos-chave da nossa vida coletiva um propulsor de importantes progressos sociais,
políticos e culturais. A 'Greve Académica de 1907' e a 'Crise Académica de 1969' são apenas dois exemplos
da força social e da influência política que a Academia de Coimbra exerceu no País, tornando-a uma
importante antecâmara civil da implantação da República e um incontornável barómetro político da resistência
à ditadura e da instauração do nosso regime democrático.
Este símbolo da cultura e língua portuguesas viu agora reconhecido pela UNESCO o seu património
material e imaterial que, juntamente com a Alta e a Sofia, constituíam há muito uma ambição da cidade, da
Universidade e do País. Não se trata apenas de uma distinção em função do valor arquitetónico e edificativo
da Universidade de Coimbra, mas sim de um título de reconhecimento pela influência civilizacional, cultural e
científica desta instituição à escala mundial. A Universidade de Coimbra passa assim, a integrar o lote de
patrimónios portugueses já agraciados pela UNESCO, com a sua história a perdurar agora não só na memória
dos que por lá passaram mas também de todos os que hoje conhecem e reconhecem o inestimável valor
desta instituição como instrumento de promoção da língua e cultura portuguesas.
A Assembleia da República reconhece que agora a responsabilidade de preservar e valorizar este
património compete, antes de tudo, ao Estado português, em coordenação com as autoridades regionais e
locais, e desde já manifesta o seu apoio a todas as iniciativas nacionais e internacionais que concorram para
que o património da Universidade de Coimbra continue a constituir o motor para o desenvolvimento de
Coimbra e do País.
A Assembleia da República saúda a Universidade de Coimbra e a cidade de Coimbra pelo reconhecimento
como Património da Humanidade atribuído pela UNESCO e felicita todos os que, em colaboração estreita com
a diplomacia portuguesa, contribuíram para a consagração do património material e imaterial desta instituição
além-fronteiras.»
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 140/XII (2.ª).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.