6 DE JULHO DE 2013
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… desde logo, no que respeita à construção e à gestão, sendo que na gestão o risco da inovação é todo do
privado.
Sr. Secretário de Estado, queria ainda dizer-lhe que, de facto, estamos todos aqui a falar um pouco sobre a
forma de corrigirmos erros do passado e que a ressaca da festa é sempre a coisa mais difícil. Dizíamos que a
ressaca era por causa do croquete, mas entendo que a ressaca é de tal forma grande que deve ter havido
mais qualquer coisa para além do croquete!…
Sr. Secretário de Estado, no caso da Transmontana, que o Sr. Deputado Fernando Serrasqueiro aqui
referiu, seria bom sabermos qual foi a alteração que existiu da primeira fase para a segunda fase e como é
que ficamos relativamente à BAFO (best and final offer). Quais eram os valores?! De acordo com a lei e com
as boas práticas, reduziram ou aumentaram?
O Sr. Paulo Campos (PS): — Quem é que fez a alteração?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O que é que deveria ter sido feito nessas circunstâncias? O contrato da
PPP deveria ter sido assinado ou anulado? Diga-nos, por favor, o que fez o Governo do Partido Socialista.
Queria também perguntar-lhe, Sr. Secretário de Estado, o seguinte: reforçámos ou não os poderes do
Tribunal de Contas para analisar estes projetos. O processo de privatização da ANA foi ou não enviado ao
Tribunal de Contas? E qual era a prática do Partido Socialista?
Dizia o Sr. ex-Ministro Teixeira dos Santos: «Deixei um conjunto de recomendações para o futuro no que
respeita à contratualização das PPP». Era bom que tivesse deixado recomendações para o passado, na altura
em que as assinou, mas deixou-as para o futuro!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Talvez pudesse haver um despacho igual ao do Sr. ex-Secretário de Estado Costa Pina, para as swap:
cinco dias após as eleições, depois de ter perdido, deixou recomendações para o futuro. É uma prática
perigosa.
Por isso, quando fazemos privatizações, enviam-se os processos para o Tribunal de Contas, reforça-se o
poder do Tribunal de Contas e garante-se a transparência. Isso faz toda diferença.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Secretário de Estado das
Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Sr. Presidente,
começo por esclarecer o Sr. Deputado Bernardino Soares que, ao contrário daquilo que disse, os CTT não são
um monopólio natural. É pena que não tenha percebido o movimento de mercado que, aliás, é nota dominante
do pensamento ideológico do PCP relativamente aos processos de privatizações e aos setores estratégicos.
Os CTT já não são um monopólio natural.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Então por que é que vão privatizar?!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Há um conjunto de
atividades dos CTT que estão plenamente liberalizadas. E os CTT continuam a estar muito bem posicionados
dentro desses setores.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Então por que é que vão privatizar?!