I SÉRIE — NÚMERO 110
24
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Ouvi-o com atenção,
Sr. Deputado. Oiça agora a minha resposta da mesma forma.
Há um aspeto importante no processo de privatização dos CTT. Ele tem um objetivo, que é o de a receita
ajudar à consolidação das contas públicas. Mas há um outro objetivo que é inalienável, que é a defesa
intransigente do interesse dos cidadãos que hoje são servidos por esse serviço.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
Ou seja, o serviço postal universal manter-se-á com as obrigações que tem hoje, com a regulação que tem
hoje, com a qualidade do serviço que tem hoje, com a regularidade que tem hoje e com o preço que tem hoje.
Que não haja qualquer dúvida sobre isso! Portanto, aproveito para esclarecer esse equívoco em que
aparentemente o Sr. Deputado lavra relativamente aos CTT.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o senhor!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Sr. Deputado
Fernando Serrasqueiro, começo a minha resposta à sua interpelação por sublinhar a enorme indelicadeza de
trazer aqui um e-mail trocado entre dois Secretários de Estado. Nunca vi isto! Tenho pouco tempo de
experiência política, mas acho isto o «fim da picada», acho isto o fim! Acho o fim que traga um e-mail trocado
entre dois Secretários de Estado, que não tem nada a ver com o conteúdo —…
O Sr. Fernando Serrasqueiro (PS): — Mas compromete-o?
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — … e ao conteúdo, já
lá iremos. Mas é extraordinário que o Sr. Deputado o faça. Acho que é um péssimo serviço que presta à
democracia.
O Sr. Fernando Serrasqueiro (PS): — Porquê?!
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade (Teresa Morais): — É uma
vergonha!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Dito isto, gostava de
esclarecer o seguinte aspeto: quanto a receitas de portagens, Sr. Deputado, veja o que o seu partido tinha
previsto de receitas de portagens para o exercício de 2012 e que tinha deixado no orçamento anterior, e aquilo
que o nosso Governo decidiu colocar no exercício de 2012 de receitas de portagens.
O Sr. Fernando Serrasqueiro (PS): — E o seu despacho?!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Não vale tudo, Sr.
Deputado! Não vale tudo! Ouça bem isto: em democracia, não vale tudo!
O Sr. Fernando Serrasqueiro (PS): — O seu é por despacho!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Quanto ao corte de
despesa que refere, o Sr. Deputado já nos vai habituando à brincadeira dos números.
O Sr. Fernando Serrasqueiro (PS): — Eu?!
O Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: — Aliás, fala
frequentemente sobre algumas brincadeiras dos números nas concessões, procurando fazer crer que o
Estado não defende integralmente o interesse nacional.