12 DE JULHO DE 2013
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Em nome do Partido Socialista, pergunto: por que é que não retiram estes dois diplomas até estarem
criadas as condições políticas mínimas para que se proceda a uma verdadeira reforma na Administração
Pública?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições.
Pausa.
Sr. Secretário de Estado da Administração Pública, tem a palavra para intervir.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr.ª Presidente, gostava de reiterar que a
intenção do Governo, com a apresentação destes diplomas, não é a de despedir funcionários públicos.
Vozes do PS: — É, é!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — O aumento do horário de trabalho é uma
medida que foi profundamente estudada, que teve por base análises comparadas e, no nosso entendimento, é
uma medida que promove equidade entre o sector público e o sector privado e que faz o alinhamento do
regime do horário de trabalho na Administração Pública portuguesa com o que é tendencialmente a regra na
maioria dos Estados-membros da União Europeia.
Neste momento, somos o Estado-membro da OCDE que trabalha menos horas, em termos anuais, nas
administrações públicas.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Mentira!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só se é no seu Ministério!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Esta é uma medida fundamental para
acomodar a redução estrutural de funcionários públicos no Estado, redução, essa, que terá de ser mantida e
acentuada nos próximos tempos em ordem a acomodar a realidade da nossa despesa pública à capacidade
de gerar rendimento em Portugal.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Querem «enfiar barretes» às pessoas!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — É importante que fique claro o seguinte: a
Administração Pública não pode funcionar como estabilizador automático para a criação de emprego em
Portugal.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Governo é que é o desestabilizador automático da economia!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Quanto mais emprego público for criado, mais
emprego no sector privado é destruído. Esta é uma realidade importante. Foi isso que aconteceu ao longo de
muito tempo.
Temos de ajustar a dimensão da Administração Pública às necessidades reais do País…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Às necessidades do capital! Às necessidades dos Salgado!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — … e, sobretudo, à capacidade de produzir
rendimento em Portugal.