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I SÉRIE — NÚMERO 115

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O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Ah!

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Estamos plenamente conscientes disso. O que não pode acontecer é

os senhores acharem que, em seis anos que nos conduziram ao resgate, tudo tenha corrido bem para o País.

Isso é que é absolutamente lamentável!

Sr. Deputado João Oliveira, já lhe respondi: o passado não se esquece. Devemos aprender com o

passado. Isso é essencial para que os erros que cometemos durante os 39 anos em que fomos uma

democracia, aliás, com sucesso mas não isenta de erros, não venham a repetir-se.

Durante este tempo, fomos submetidos três vezes a programas de resgate. É um caso único na Europa

que não pode voltar a repetir-se.

Portanto, temos de perceber que temos de mudar de vida em áreas que são, provavelmente, muito

impopulares.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Já disse isso aos banqueiros?!

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Porém, isto vai ter de ser feito quer em Portugal quer noutros países da

Europa. As tendências demográficas não mentem. A Europa, incluindo Portugal, vai ter de se adaptar à nova

realidade, que não é só europeia, muito menos portuguesa, é mundial, com um jogo de equilíbrios

completamente diferente daquele a que estávamos habituados e a que vamos ter de nos habituar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Segue-se um conjunto de três perguntas.

Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, tem a palavra.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, permita-me que

comece com uma dúvida com que fiquei depois de ontem ter assistido ao anúncio dos novos ministros do

Governo que agora é remodelado e após analisar os percursos de cada um dos ministros.

A primeira pergunta que lhe faço é se Rui Machete, anunciado como Ministro de Estado e dos Negócios

Estrangeiros, é ou não o mesmo que pertenceu ao Conselho Consultivo da SLN, portanto do BPN. Eu achava

que sim, mas, como no seu currículo não consta nada, gostaria que nos pudesse esclarecer agora sobre essa

matéria.

Protestos do PSD.

De facto, se for verdade — e parece-me que é —, isso demonstra com toda a clareza o que está em cima

da mesa. Este não é nem um novo momento nem um novo Governo, é «remendo novo em pano velho» e

aquele Governo que, há duas semanas, ficava satisfeito porque lhe davam mais um ano de vida respira agora

de alívio, porque acha que vai ter dois anos de existência. Sr. Deputado, «remendo novo em pano velho leva

sempre» — diz o povo — «a rasgar as vestes mais à frente»! Por isso, cá estaremos para ver. Mas sabemos

bem quais são as esquinas que esperamos com a política deste Governo, e elas estão aqui para serem vistas.

O Sr. Deputado, na sua intervenção, tentou dar a entender que havia uma mudança de política para um

novo ciclo de governação. Ora, não há nem uma mudança política nem um novo ciclo. O ciclo é o mesmo das

negociatas. Veja-se: o «ministro do BPN» é agora «recauchutado» para ser apresentado neste Governo e as

políticas — ouvimos a Sr.ª Ministra das Finanças dizer há dias — são para manter. O norte é o mesmo:

austeridade, austeridade, austeridade.

Aplausos do BE.

Protestos do PSD.

Pergunto: onde é que está a mudança de política?